Baseada no texto de Armando Rosa, adaptação e direcção de Tony Frampénio, com uma pitada de humor, brinca com os estereótipos e as rivalidades femininas, transformando o homem, ao longo da história, em um mero objecto de ‘chacota’ e manipulação, levando o público a um mundo de absurdo e humor inteligente.
Produzida pelos Super Pakatas, conta com a participação das actrizes Amanda Cunha, Clarisse Cassenda, Filomena Mateus e o actor Jelson dos Santos. Segundo o Presidente da Associação Angolana de Teatro (AAT), Tony Frampénio, a peça teatral destaca a vida de Maria da Graça, Maria Desgraçada e Maria Sem Graça, que partilhavam o mesmo marido, e que após a sua morte lutam por conta da herança deixada pelo malogrado. Após o sepultamento do seu esposo, as rivais unem forças para dividir por igual todos os bens ou herança deixados pelo companheiro.
O objectivo do espectáculo, disse Tony Frampénio, é de levar o público à reflexão o sistema de parentesco como factor de corrupção nas instituições públicas e não só do país, que tem como palco principal os lares e os actos de poligamia.
“Almejo com certeza que os espectadores se vão rever na temática, porque é tão presente nas vidas do povo angolano. O convite é extensivo a todas idades, desde adolescentes, jovens e adultos”, sublinhou.
Tony Frampénio manifestou que espera que a história seja compreendida e que, através dela, haja alguma mudança de postura na forma como os filhos, as mulheres e os parentes dividem os bens de herança deixados por um parente após a sua morte.
De igual modo, deixará patente a necessidade da adopção da prática de deixar testamentos para os herdeiros dos bens de um familiar com posses. “O autor do texto, professor Armando Rosa, oferece aos angolanos uma obra literária que interpreta com maestria a luta contra a corrupção da actual governação do país.
Com o teatro, essa mensagem será melhor veiculada, pois estamos numa ‘terra onde pouco se lê e pouco se sabe’. A representação passa a ser o espelho que ajuda a população a corrigir os vícios e adoptar as virtudes”, realçou.