O certame que decorre até ao próximo Domingo, 18, junta na Póvoa de Varzim, na cidade do Porto, em Portugal, 100 convidados de 15 nacionalidades diferentes, com 18 escritores a estrearem-se, entre os quais o também jornalista angolano Israel Campos. Entretanto, Manuel Rui será o homenageado desta edição com textos de amigos, leitores e estudiosos da sua obra
Os escritores angolanos Ondjaki e Israel Campos participam da 24ª edição do “Correntes d’Escrita”, que reúne escritores de diferentes geografias e línguas, considerado o maior e mais importante encontro anual de escribas que se realiza em Portugal.
Neste evento, o jornalista Israel Campos vai proceder ao lançamento do romance “E o céu mudou de cor”, sob a chancela da Kacimbo Editora, hoje, 16, além de participar em duas mesas com outros escritores que vão abordar os temas “O verbo ainda é fresco” e “Tive um sonho em criança que me lembrava um rio”.
De igual modo, o escritor Ondjaki vai sentar-se à mesma mesa, na sala principal do Cine -Teatro Garrett, local em que decorre o encontro, para abordar sobre “Ficar triste de noite no avesso das coisas”, juntamente com Conceição Lima, Ivo Machado, Margarida Ferra e outros.
Já o renomado Manuel Rui, autor do hino da República de Angola, que recentemente publicou “Poemas com cacimbo e pássaros”, em coautoria com Odjaki, será o grande homenageado desta edição, com uma revista dedicada a si, com textos de em que lhe é reservado textos de amigos, leitores e estudiosos da sua obra.
Reação
Contactado por este jornal, Israel Campos referiu estar bastante honrado pela sua participação à 24ª edição do “Correntes d’Escrita, por se tratar de um momento de partilha com os vários escritores presentes, alguns dos quais já os lê há imenso tempo.
“Estou feliz, bastante honrado por estar a partilhar estes momentos com escritores não da língua portuguesa como de outras latitudes.
Tem sido uma experiência bastante enriquecedora e de aprendizado com figuras que admiro muito”, realçou Israel Campos.
O jornalista, agora nas vestes de escritor, disse ainda que o seu primeiro romance foi impulsionado por várias preocupações sociais, políticas e do mundo dos pássaros que o inquietam há alguns anos.
“É claro que a realidade que se vive hoje em Angola faz-se presente; mas há também vários mundos das imaginações”, apontou.
Por outro lado, em relação a apresentação do livro primeiro em Lisboa, Portugal e só depois Luanda, embora sem data ainda, tem a ver meramente por questões logísticas.
“Achei conveniente por estar em Portugal e pelos livros terem sido impressos aqui perto.
A isso depois juntou-se o convite para as Correntes d’Escritas. Simplesmente isto.
O lançamento em Angola deverá acontecer dentro dos próximos meses. Entretanto, o livro deve chegar até antes do lançamento formal”, explico.
Prémio Casino da Póvoa
Este ano dedicado à poesia, o Prémio Literário Casino de Póvoa será entregue a uma destas 11 obras e autores, designadamente “Acidentes”, de Hélia Correia; “Amor Cão e outras palavras que não adestram”, de Rosa Alice Branco; “Atirar para o torto”, de Margarida Vale de Gato; “Caderneta de Lembranças”, de A.M. Pires Cabral; “Caderno das duas irmãs e do que elas sabiam”, de Regina Guimarães; “Cinco Cavalos Abatidos e outros poemas, de Rui Almeida; “Errático”, de Rosa Oliveira; “Firmamento”, de Rui Lage; “O Meu Corpo Humano”, de Maria do Rosário Pedreira; “Tristia [um díptico e meio]”, de António Cabrita e “Voltar”, de Luís Fi.