Pintados em t-shirts, bonés, quadros e até mesmo em paredes, os desenhos de Omar Capingala, ou simplesmente Omar Arte, ‘roubam’ a atenção de qualquer pessoa que mantém o contacto com eles, quer seja física ou virtualmente, através das mais de 1.500 obras produzidas
Nas ruas de Viana e um pouco por outras partes da cidade capital, pode-se ver em alguns lugares públicos desenhos criativos que prendem a atenção e convidam qualquer um a dar uma pausa, observar, contemplar e, quiçá, tirar uma selfie. Em alguns sítios, os desenhos até aparecem com a assinatura do artista e em outros o autor da arte prefere manter-se no anonimato, mas o que realmente não fica no anonimato é expressão de sentimentos, emoções, ideias, visões ou até ‘ilusões’ que o artista deixa patente nas suas obras.
Sem nunca ter frequentado uma escola de arte, Omar Capingala é um verdadeiro artista de rua, que tem na arte a sua principal ferramenta para o combate à pobreza e ao desemprego e, deste modo, incentivar os jovens às mesmas práticas. Natural de Luanda, município de Viana, Omar Cabenda Capingala começou a marcar os primeiros passos no desenho aos seis anos de idade, mas foi aos 12 anos que, por falta de condições para adquirir os livros escolares passou a compilar seus próprios manuais de escola, em forma de banda desenhada e folhas A-4.
Tem como fonte de inspiração Vincent Willem van Gogh (1853- 1890), um antigo pintor pós-impressionista holandês, considerado uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental, com mais de dois mil trabalhos feitos ao longo de pouco mais de uma década, incluindo 860 pinturas a óleo espalhadas pelos principais museus da Europa.
Segundo conta, a medida que os anos iam passando, passou a ganhar mais jeito e traquejo no desenho, atraindo a atenção dos colegas e dos professores que, sem hesitar, solicitaram aos pais de Omar que o colocasse numa escola de arte, mas estes não tinham possibilidades de o fazer.
Entretanto, o talento do jovem rapaz auto-profissionalizava-se e ganhava um rumo mais abrangente, sobretudo após concluir o ensino secundário, levando os pais a inscreverem-no numa escola técnica de Arquitectura e Engenharia Civil, onde concluiu ensino médio. Apesar de ter concluído o curso de Arquitectura, era com o desenho artístico que se identificava e fazia-se expressar diante de seus colegas, professores, familiares e pessoas próximas que acompanhavam a sua trajectória.