Os novos membros comprometerem-se, engajadamente, a ajudar a tornar a AAL numa instituição cada vez mais robusta, dinâmica e proactiva, dando os seus contributos naquilo que for preciso e necessário, cada um mediante o seu ramo de actuação.
A linguista e académica Maria Helena Miguel disse que pretende contribuir incansavelmente, com a sua experiência, no desenvolvimento de trabalhos que tenham a ver com a sua área de actuação (estudo das línguas) e não só, sublinhando a necessidade de maior valorização da língua enquanto ferramenta de identidade, união e interligação entre povos ou sociedades.
“Espero que com esta minha integração à academia nós consigamos efectivamente fazer um trabalho importante em prol da língua portuguesa e das outras línguas, no sentido da sua valorização, seu reconhecimento e do seu desenvolvimento”, disse a pesquisadora e vice-reitora da Universidade Católica de Angola (UCAN).
Já o escritor e jurista David Capelenguela afirmou que a sua integração à academia vai-lhe permitir expandir cada vez mais os seus trabalhos de pesquisa científica e académica, bem como ter uma visão mais ampla sobre as necessidades da academia de forma geral e transversal.
O também decano da faculdade de direito da Universidade Óscar Ribas (UÓR) realçou que a pesquisa no ramo da ciência e da literatura é algo que tem feito parte do seu dia-a-dia, entretanto, a integração à AAL torna este desafio mais abrangente, mais exigente e com maior engajamento e responsabilidade.
“Esta é uma actividade que eu já tenho estado engajado a desenvolver há anos enquanto docente e académico, entretanto, aqui [na AAL] é-nos chamado um pouco mais de responsabilidade, mais entrega e abrangência naquilo que temos estado a fazer, portanto, é um pouco mais de engajamento individual que vai ter que acontecer com mais regularidade, e de modo que possamos contribuir naquilo que a academia pede”, referiu o académico.
Contribuir com a literatura
Por sua vez, a escritora Amélia da Lomba afirmou que o seu contributo para a AAL não vai fugir daquilo que é a sua grande paixão, a literatura. Referiu que pretende contribuir com suas obras literárias e artigos, a fim de ajudar a sociedade a ganhar o gosto pela leitura e a aprimorar o conhecimento.
“A única missão é continuar a fazer o que tenho feito e o que me fez chegar até aqui. Quero continuar a escrever, a pesquisar, a prestar atenção à nossa volta, contribuir com coisas que ajudam a aprimorar o conhecimento.
Creio que é esta a missão que me cabe e que pretendo dar continuidade”, reiterou a escritora. Apesar de não se fazerem presentes, fisicamente, no local, os outros dois novos integrantes (Carlos Manuel Lopes e José Carlos Venâncio) acompanharam a cerimónia remotamente e, concomitantemente, reiteraram o compromisso de prestar os seus contributos para ajudar a AAL a desenvolver os seus trabalhos nas mais variadas áreas de actuação.
Na qualidade de economista, Carlos Manuel Lopes pretende ajudar a dar mais subsídios que ajudem a compreender os fenómenos económicos, cujos impactos têm reflexo nas várias áreas da sociedade, seja social, educativa, académica, religiosa, política, cultural, desportiva, entre outras. Já o sociólogo José Carlos Venâncio garantiu apoio na compreensão dos fenómenos sociais e culturais, que são elementos indispensáveis no estudo ou pesquisa sobre a identidade de um determinado povo ou sociedade.
Novo impulso e mais dinamismo
Segundo o presidente da Academia Angolana de Letras (AAL), Paulo de Carvalho, os cinco membros que tomaram posse foram eleitos ou admitidos durante a assembleia realizada no passado dia 26 de Agosto do ano em curso, após processo de candidaturas e avaliação, que teve a participação de sete concorrentes, mas apenas cinco foram admitidos e dois ficaram de fora.
O responsável entende que os novos integrantes vão trazer um novo impulso e dar mais dinamismo às actividades da academia, assim como permitir uma actuação mais diversificada e transversal, facilitando a inclusão de outras áreas ou campos de estudo.
“Os cinco novos membros vão trazer um novo impulso à academia no sentido não apenas do aumento das actividades, mas também a sua diversificação, vão permitir expandir para outras áreas a nossa actuação”, disse Paulo de Carvalho.
Fez saber que a inserção dos membros vai ainda suprir alguns défices no que diz respeito aos campos de estudos especializados, com destaque para o ramo da linguística.
“Nós tínhamos uma área em que tínhamos défice de quadro, que é a área da linguística. Com a entrada de uma filóloga vai permitir que nós comecemos a actuar de modo mais incisivo na questão relacionada com as línguas”, acrescentou.
Correspondentes na diáspora
Além da admissão dos concorrentes, foram ainda eleitos nove membros correspondentes que passam a representar a Academia Angolana de Letra no exterior, juntando-se aos oito existentes, perfazendo assim um total de 17 membros correspondentes.
Entre os correspondentes recémadmitidos constam nomes como Ana Maria Martinho (escritora brasileira), Bento Sitoe (linguista moçambicano), Dagoberto Fonseca (antropólogo brasileiro), Jean-Michel Mabeko Tali (historiador e académico congolês), Elísio Macamo Fonseca (sociólogo moçambicano), Nataniel Ngomane (linguista moçambicano), Oumar Dialo (escritor e crítico literário senegalês), Patrício Langa (sociólogo moçambicano) e Sónia Jorge (economista e africanista brasileira).
De acordo ainda com o presidente da AAL, os correspondentes são quase todos africanos e/ou afrodescendentes, com excepção da escritora brasileira Ana Maria Martinho.
Com a admissão dos novos membros, segundo o responsável, o capital humano da AAL passa de 42 para 47, um número que afirma ser ainda reduzido para a missão que a organização se propôs a desenvolver, por esta razão, acredita que nos próximos meses deverão abrir mais um processo de candidatura para novos membros.
Preparação da Assembleia-Geral
Quanto à preparação da Assembleia-Geral de eleição da nova direcção da Academia, Paulo de Carvalho adianta que decorrem na normalidade os preparativos para o acto que, na altura devida, serão avançados mais detalhes sobre o processo eleitoral.
As eleições para os novos corpos sociais, que vai corresponder ao terceiro mandato, no período de 2025 a 2029, estão agendadas para o dia 4 de Outubro do presente ano.