A 3.ª Assembleia Geral Ordinária de Renovação de Mandato, do corpo directivo da Brigada Jovem de Literatura Angolana (BJLA), vai ser realizada a 30 do corrente mês, na sede da União dos Escritores Angolanos, e vai contar com dois candidatos
Candidataram-se à presidência da BJLA Carlos Pedro, que representa a Lista A, e o Paulo Tatorio, na Lista B, ambos poetas e escritores, com os objectivos focados na dinamização das actividades a nível da mesma, durante os quatro anos de mandato.
Carlos Pedro, que deseja ver o seu mandato renovado, disse que pretende continuar firme na criação de metodologias de organização de trabalho que possam dar respostas a um funcionamento cada vez mais eficaz das delegações provinciais.
Caso seja reeleito, o poeta pretende dar continuidade ao Plano de Acção anterior, como o “Programa Editorial Colecção Geração Que Lê”, que resultou no lançamento de 12 títulos de autores de várias províncias do país.
De igual modo, continuar a desenvolver o programa “Excursão Literária – Vamos Descobrir Angola”; o “Encontro Intergeracional” (entre escritores da nova e velha geração).
Como novidade, apresentou o projecto que visa reduzir o impacto da participação de jovens mulheres nas lides literárias. “Continuaremos firmes e intransigentes na defesa de uma BJLA de Cabinda ao Cunene, de Benguela ao Moxico, com o trabalho, união, coesão, convicção nos ideais do brigadismo literário, verdadeiro sentido de ser da organização que pulsa o mapa cultural dos 164 municípios do país”, assegurou.
Implementação do estatuto da BJLA
O presidente da Lista A, que durante o seu mandato realizou oficinas literárias nas escolas públicas e privadas do país, através da “Biblioteca Itinerante Geração que Lê”, considerou que um associativismo cultural forte depende do empoderamento financeiro das instituições que o impulsionam.
Pelo facto, caso seja reeleito, referiu que vai continuar a lutar por um estatuto de utilidade pública para BJLA, face à sua história de 43 anos ao serviço da Literatura Angolana, assim como a criação de uma sede social condigna em todo o país.
Expectante, considera que o acto eleitoral, para além de ligar a BJLA e dinamizála com acções concretas, instaura a Democracia Regular de se realizar a Assembleia conforme o tempo de mandato ditado pelos seus estatutos.
“Foi a execução brilhante do Plano de Acção anterior que tocou a sensibilidade dos membros pelo país, para que continuemos a liderar a organização. Continuaremos firmes, a criar metodologias de organização de trabalho que dão resposta a um funcionamento cada vez mais eficaz das delegações provinciais da BJLA”, frisou.
Planos para maior dinamismo da BJLA
Paulo Tatorio, que lidera a Lista B, cujos membros participam pela primeira vez, disse serem membros antigos da instituição e, naturalmente, conhecem as falhas e pretendem dar uma nova dinâmica à organização.
O escritor referiu que pretendem dar maior dignidade à mesma, com a criaçao de uma sede própria, processo que vai ser facilitado através da planta e a cedência de um espaço que lhes será atribuída por um dos seus parceiros.
Consta ainda do seu plano de acção a criação do Prémio Literário Jorge Macedo, para homenagear, a título póstumo, este que foi a principal figura da crítica literária em Angola.
Da mesma forma, unir os membros que se encontram desavindos em função da forma como foi gerida as eleições passadas, que, conforme disse, dividiu a instituição em duas.
Outra irregularidade observada na anterior direcção da BJLA, referiu Paulo Tatorio, foi a aprovação de um estatuto sem o conhecimento dos membros que, do ponto de vista jurídico, observou, não teria legalidade.
Deplorou ainda o facto de até ao momento não haver prestação de contas. “Foi um plano de estruturação que, do nosso ponto de vista, teve muitas lacunas. A direcção anterior teve uma gerência centralizada.
O poder da instituição estava centralizado no presidente, extinguindo as outras áreas administrativas. Então, estivemos e estamos diante de várias irregularidades”, constatou.
Formação dos membros
Paulo Tatorio, que almeja dar maior dinâmica à BJLA, fez ainda constar do plano de acção a criação da Mesa de Leitura, também uma base dados (para armazenar todos os dados da BJLA), o plano de formação para membros e bolsas de estudo, com o objectivo de oferecer ferramentas para que, além da criação literária, consigam também adquirir conhecimentos e se auto-sustentarem.
A realização de Festivais e Lançamentos de Livros e Antologias ao longo do ano, bem como a criação de Cultura da Prestação de Contas e Divisão de Tarefas também são de sua preocupação.
“É a primeira vez que estamos a concorrer ao cargo de presidente, temos as nossas linhas de acção que constam da nossa agenda. Estamos a fazer a nossa campanha e exigimos, simplesmente, transparência e uma eleição sem vícios”, apelou.