Nova biblioteca focada nas artes apresenta 600 obras de António Ole

Uma biblioteca dedicada às artes, arquitectura e design foi inaugurada na passada terça-feira, 11, em Luanda, com a exposição de cerca de 600 obras do artista António Ole.

A biblioteca é uma iniciativa da Ndongo 119 – Embaixada Criativa, instituição comprometida com a promoção de artistas e criativos nacionais nas áreas das artes visuais, do design e da literatura, através de eventos e exposições.

Em declarações à imprensa, a mentora do projecto Tchissola Mosquito frisou que há necessidade de bibliotecas focadas nas artes, como arquitectura e design. Enfatizou que a iniciativa foi impulsionada pela doação de manuais do artista António Ole, um nome reconhecido pelo seu trabalho no domínio das artes e que explora as texturas da vida em locais urbanos marginais.

“Foi uma doação feita por António Ole, uma promessa de 2016 que se concretizou em 2025”, disse. Além da biblioteca, continuou, prevê-se a implementação de um espaço de debates, de conversas e de lançamentos de livros.

Por sua vez, o bibliotecário Josias Currie fez saber que o espaço conta com literatura diversa e outros livros mais técnicos sobre pinturas, cinema e escultura.

“Esta biblioteca é como um acervo em homenagem ao pintor e artista António Ole, que conta com cerca de cinco livros com a sua participação e outros em que aparecem algumas obras suas”, explicou.

Já o director Nacional de Formação Artística, João Pedro Lourenço, referiu que a iniciativa dará oportunidade à sociedade luandense, e não só, de ter um espaço de leitura voltado à arte, arquitectura e ao design. Por outro lado, enalteceu a iniciativa de António Ole.

“Seguramente vamos encontrar as suas anotações, os seus comentários e outros. O artista plástico, fotógrafo e realizador angolano, António Ole, nasceu em 1951, em Luanda (Angola), cuja reputação se estendeu além fronteiras, vive e trabalha em Angola.

Descendente de família portuguesa e angolana, António Ole fez parte, em 1974, da equipa de Contrato Popular, um programa radiofónico, e foi aceite, em 1975, como realizador de programas na Televisão Popular de Angola, cobrindo, nesse mesmo ano, as celebrações do 11 de novembro, em Luanda.

Desde 1975, dirige vários documentários e vídeos sobre a vida e história de Angola, como Os Ferroviários (1975), Aprender (1976), Carnaval da Vitória (1978), Sonangol: 10 Anos Mais Forte (1987), entre outros.

Quanto ao seu trabalho como fotógrafo, o artista começou por fotografar famílias angolanas, retratando os seus numerosos elementos e mostrando certos temas metaforicamente.

Como artista plástico, Ole cria esculturas inspiradas nas pinturas murais dos Tchokwe, a leste do país, e produz pintura moderna, cuja originalidade está vinculada pelos elementos tradicionais utilizados.

Exit mobile version