Aconteceu A situação ocorreu na casa nocturna Kilamba Club, onde vários cidadãos tiveram que ficar à porta da discoteca por não terem a vestimenta exigida para essa noite. Contactada pelo OPAÍS, a direcção minimiza as acusações alegando tratar-se de critérios daquela casa noturna
Por: Norberto Sateco
Centenas de cidadãos, sobretudo jovens, que acorreram na madrugada da última Sexta-feira, 12, à festa na discoteca ‘Kilamba Club’, cuja temática estava virada para a música dos anos 70 viram as suas expectativas goradas após terem sido ‘barrados’, sem qualquer explicação plausivel por parte da direcção daquela casa nocturna.
A reportagem de OPAÍS constatou a poucos minutos da meia-noite aglomerados de jovens, maioritariamente senhoras, estagnados à porta de acesso a casa, alguns com bilhetes na mão, numa altura em que se fazia sentir chuva miúda na circusncrição da centralidade do Kilamba. Este cenário foi apenas visível na zona reservada ao público, excepto às figuras consideradas ‘vip’ que tinham acesso à outra área restrita com tratamento diferenciado. Entretanto, os demais eram criteriosamente seleccionados devido à indumentária com que vinham trajados.
Um senhor, que se identificou por Joaquim Manuel, de 42 anos de idade, e já se encontrava há quase meia hora na ânsia de poder fazer parte da festa, afirmou não entender o porquê do impedimento que classificou de autêntico desrespeito pelo consumidor. ‘Estamos aqui a ver entrar alguns e outros a aguardarem. Por que razão ninguém dá explicações, nem mesmo os seguranças à porta, que limitaram-se a pedir paraaguardar aqueles que acharam que não podiam ter acesso à casa’.
Jessíca de Almeida, de 32 anos de idade, com bilhete na mão, manifestava- se preocupada com o passar do tempo, tendo considerado estar diante de um abuso por parte dos organizadores da casa que publicitaram o evento para depois sujeitar as pessoas a isto. ‘As horas estão a passar, tenho de me sujeitar aqui debaixo desta chuva para poder entrar na festa, sem que alguém venha cá explicar.
Isto é uma falta de respeito”, classificou Jéssica, desapontada. Como alternativa, muitas das pessoas nesta condição optaram por outros ambientes dançantes, não programados, nas cercanias, enquanto para os mais cépticos nada mais restou senão regressar aos seus aposentos.
Os clientes da casa contam que este cenário acontece apenas de algum tempo a esta parte, mas tudo depois de a discoteca estar a granjear uma certa aceitação e popularidade na cidade de Luanda. Gerência minimiza Ismael Virgílio, do gabinete de comunicação e imagem, desdramatizou a situação considerando tratar- se de critérios de selecção estabelecidos pela casa que devem ser escrupulosamente cumpridos.
“Todas as casas têm regras de selecção das pessoas. Uma delas é a boa apresentação. São regras orientadas pelos chefes e que devem ser cumpridas”, disse o responsável da área de marketing, tendo acrescentado que várias têm sido as reclamações feitas a este respeito, mas por tratar-se de uma medida unilateral da empresa nada podemos fazer enquanto funcionários. “Nas reuniões nunca houve abertura para falar do assunto.
Os nossos seguranças já barraram inclusiveé amigos de responsáveis da instituição pelo que não acredito tratar-se de discriminação”, finalizou.