O músico e compositor Tony Nguxi considerou salutar a fusão de ritmos nacionais e estrangeiros por constituir uma via para o enriquecimento dos estilos angolanos
Tony Nguxi, a propósito da produção do seu novo CD, realçou que a fusão entre ritmos nacionais e estrangeiros ajuda a expandir e afirmar os estilos angolanos noutros países. Advertiu que esta fusão deve ser feita de forma criteriosa e proteccionista para não chocar nem descaracterizar os nossos estilos musicais.
Mencionou os ritmos estrangeiros “afro house”, “afro naija”, “jazz”, “hip hop”, “rock on roll” e o “samba”, como os mais apreciados para as fusões. Aconselhou os jovens artistas a pautarem pela ousadia e criatividade, com vista a produzirem-se trabalhos de qualidade, e assim conquistarem novos mercados internacionais.
Tony Nguxi, que por sinal é também o director provincial da Cultura do Moxico, reconheceu que se regista uma evolução na música angolana, tendo apontado as novas tecnologias como um dos factores para esse desenvolvimento. Segundo o artista, as novas ferramentas tecnológicas trouxeram mais opções e facilidades para a produção musical.
“As letras das músicas foram melhoradas, assim como os instrumentais e os vídeo clipes”, acrescentou. Não obstante esta evolução, Tony Nguxi exortou os cantores a continuarem a aperfeiçoar as suas qualidades para se tornarem melhores artistas e contribuírem para o desenvolvimento da nossa cultura.
Quanto ao seu novo trabalho discográfico, referiu que já estão gravadas mais de 10 músicas, e continua a escolher o título para o álbum e a determinar a data do seu lançamento. Informou igualmente que o novo álbum terá músicas com mensagens sobre o quotidiano angolano, sobretudo dos povos do Leste do país. “Muitas músicas do álbum são fusões de ritmos como a tchianda, catxatxa, zouk, jazz, rock, entre outros estilos”, frisou.
O músico ressaltou que o CD está focado no resgate dos valores morais e culturais da população, sobretudo dos jovens.
Percurso artístico
António Augusto “Tony Nguxi” nasceu na província do Moxico, a 6 de Agosto de 1967.
Bacharel em Jornalismo pela Bernardine College na África do Sul (2000), incluindo o Curso Médio de Educação Física, pelo Instituto Nacional de Educação Física (INEF) em 1992, em Luanda.
É locutor, autor, professor de educação física e produtor de filmes. Conquistou vários prémios e audências em diferentes palcos de África, exaltando a cultura do continente “Berço da Humanidade”, com realce para a cultura do Leste de Angola. Músico, Tony Nguxi Patrícia Faria em plena actuação
Discografia
Hoje, Tony Nguxi conta com nove discos no mercado, entre os quais, Taizeno (1993), Ákwa África (1998), Kazeze (1999), Mahamba (1995), Space Of Love/Espaço do amor (2012) e o single Zambeze (2015).
Arrebatou três prémios como Melhor Artista da África Austral, incluindo vídeos, no KORA – Angola, África Music World (2000), MTVC (2001) e TV África (2001).
Cinema
Como realizador de cinema, em 2011 venceu, na Feira Internacional de Cinema de Luanda (FICLuanda), a categoria de Melhor Filme, com a película “Meu coração em trevas”, este produzido no estrangeiro. No campo literário, tem publicadas as obras “Mahamba – Verdade, Paz, Tempo e Lugar”, em 2007 e António José Augusto “Tony Nguxi”.