O dirigente garante que neste novo ciclo, em que se deseja que o Estado e a sociedade civil possam cooperar de forma mais dialogante e concertada, procurarão viabilizar a elevação do sentido da auto-estima dos “operários de Cultura”, trabalhando em prol de uma agenda cultural consistente, que possa contribuir para uma maior empregabilidade e, consequentemente, para um melhor apoio social para os mesmos
O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, admitiu numa mensagem divulgada por ocasião do Dia da Cultura Nacional, assinalado ontem, que a realização de concertos, performances e exibições, que se vêm registando em todo o país, permitem avaliar as enormes potencialidades das indústrias culturais em prol da diversificação da nossa economia e do exercício pleno da cidadania nacional e planetária.
Na missiva, que marcou a abertura da jornada comemorativa do 8 de Janeiro, Dia da Cultura Nacional, em homenagem ao Primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, sublinhou que não se pode deixar de reconhecer e homenagear o esforço de todos os que, apesar das dificuldades experimentadas, decidem enveredar por esta actividade laboral ainda socialmente pouco valorizada.
Referiu que neste novo ciclo, em que se deseja que o Estado e a sociedade civil possam cooperar de forma mais dialogante e concertada, procurarão viabilizar a elevação do baixo sentido da auto-estima dos seus “operários de Cultura”, trabalhando em prol de uma Agenda Cultural consistente, que possa contribuir para uma maior empregabilidade e, consequentemente, para um melhor apoio social para os mesmos.
Carteira Profissional O ministro destacou também a importância da Carteira Profissional do Artista como o ponto de partida para o cumprimento destes desideratos.
Ao socorrer-se do discurso do Primeiro Presidente da República de Angola, Agostinho Neto, proferido a 8 de Janeiro de 1979, na União dos Escritores Angolanos, sobre as principais linhas de força para a nossa política cultural, aquando da tomada de posse dos primeiros corpos gerentes daquela agremiação, Filipe Zau reconheceu que, na sua essência, mantém-se actuais.
O dirigente recorda ainda que volvidos 42 anos e independentemente do carácter dinâmico das culturas e das mutações, que, socialmente, de forma mais ou menos rápida se vão operando através dos tempos, destacamse naquele histórico discurso as bases para a edificação da angolanidade, associado à necessidade de se promover e difundir o nosso rico mosaico cultural, sem perder de vista o património linguístico de origem africana em estreita cooperação com a língua oficial portuguesa.
Tradição vs modernidade No entender do governante, o princípio de endogeneidade, onde tradição e modernidade se complementam na contribuição para o desenvolvimento sustentável, põem a descoberto os sentidos de pertença e de alteridade tão necessários para uma educação intercultural indispensável à construção da unidade nacional.
“Nos dias de hoje, no contexto do Direito Constitucional e no que respeita à livre criação intelectual, artística e tecnológica, bem como ao direito inalienável das comunidades associadas aos diferentes grupos societais, urge promover e estimular cada vez mais, por parte das actuais e futuras gerações, a aprendizagem para a conservação e validação do nosso acervo histórico, cultural e artístico”, realçou.