O cortejo fúnebre teve início no bairro Paraíso, no Campo do Pombal, às 12h00, e seguiu rumo ao cemitério. Uma multidão emocionada acompanhou o trajecto, demonstrando o impacto que o artista teve ao inspirar e alegrar os apreciadores de sua música e muito mais.
Após o sepultamento, a tensão aumentou quando um grande número de pessoas tentou permanecer nos arredores do cemitério, já que a entrada foi restrita, com prioridade dada aos familiares.
Jovens cercaram os muros do cemitério na tentativa de ter acesso, mas foram frustra- dos pela actuação da força policial. A situação resultou em confronto, com objectos como pedras, garrafas pet e de vidro sendo arremessados contra os policiais.
A Polícia de Intervenção Rápida (PIR) foi accionada imediatamente para conter a desordem. Para dispersar a multidão, formada principalmente por jovens, utilizou gás lacrimogénio, lançado inclusive por drones, e disparos de balas de festim.
Em contraste com o funeral do artista Nagrelha dos Lambas, em 2022, que contou com 800 efectivos, este evento mobilizou cerca de três mil polícias, resultando em um controle mais imediato da situação que durou mais de duas horas. Apesar da forte presença policial, casos de furtos de telemóveis e outros pertences foram registados entre as pessoas que acompanhavam o velório.
Esses incidentes ocorreram no trajecto do Campo do Pombal, no bairro Boa Esperança, até ao Cemitério da Mulemba. Durante a turbulência, também foi registrada a vandalização de viaturas. Homenagens ao Artista No velório, amigos, familiares e fãs compartilharam memórias sobre Mano Chaba, enquanto outros interpretaram suas músicas, recheadas de mensagens de alento e motivação para a juventude.
A produtora SOS, que apostou no talento do jovem, fazia a divulgação de seu trabalho, através da actuação em vários palcos. Mano Chaba teve uma breve, mas promissora, carreira, conquistou o coração de um público diverso, principalmente de jovens de sua faixa etária. Chaba encontrou na música a sua forma de expressão e propósito.
Suas canções falavam de amor, dor, luta e esperança, retratando a realidade angolana e clamando por empatia diante das necessidades sociais. Sua perda deixa uma lacuna no cenário musical e na vida daqueles que ele inspirou com sua arte e mensagem.
O kudurista faleceu na passada terça-feira, 21, vítima de afogamento na ilha de Luanda. De acordo com informações de testemunhas no local, o artista estaria a desfrutar de um momento de lazer na ilha de Luanda quando o incidente ocorreu. Apesar dos esforços das equipas de resgate, não foi possível salvá-lo.
O artista, conhecido por sucessos como “Sonhos” e “Regra do jogo”, era uma figura de destaque no panorama musical do Kuduro Lamento. Um mês depois do lançamento, a música “Sonhos”, que faz referência a vários artistas angolanos, alcançou mais de 923 mil visualizações no YouTube e 18 mil no Spotif.