Música, cinema, teatro, feira de artesanato, exposição de livros e declamação de poesia perfilaram do conjunto de disciplinas artísticas e culturais que brindaram os 21 anos de Paz em Angola, assinalados ontem, numa simbiose de união entre o público e os espectadores que, durante duas semanas, acorreram ao Palácio de Ferro, à Baixa de Luanda
Encerram, hoje, as actividades culturais no Palácio de Ferro, em Luanda, que, durante duas semanas, decorreram naquele espaço para saudar os 21 anos de Paz e Reconciliação Nacional em Angola.
Pelo palco daquele espaço cultural, à Baixa de Luanda, passaram diversos artistas com uma plateia acima das mais de 1500 pessoas que assistiram as manifestações culturais.
Música, cinema, teatro, feira de artesanato, exposição de livros e declamação de poesia perfilaram do conjunto de disciplinas artísticas e culturais que brindaram os 21 anos de Paz em Angola, assinalados ontem, numa simbiose de união entre o público e os espectadores.
João Vigário é o director do Palácio de Ferro.
Em declarações a OPAIS, disse que, mais do que entreter o público, a semana de actividades culturais teve como base dar a conhecer o papel das artes em todo o processo de pacificação do país, desde o início da Luta de Libertação Nacional, em 1961, até ao final da guerra civil com a assinatura dos Acordos de Paz em 2002.
Quer através da música, da literatura, pintura, teatro ou outras formas de manifestação artística, João Vigário entende que a arte foi um dos instrumentos em que mais o povo angolano se socorreu para fazer passar a sua mensagem.
A mensagem da Angola libertada e reconcilida em que todos os angolanos pudessem sentar juntos para pensar e desenhar o país que pudesse orgulhar a todos.
“A arte sempre estive presente nos diferentes momentos que o país atravessou e com toda sua influência”, apontou.
Para o responsável cultural, muitas das mensagens de luta contra o colonialismo e a paz eram passadas por via das diferentes manifestações artísticas na clandestinidade.
Com a nova Angola, que diariamente está a ser construída, João Vigário entende ser necessário que todos, independentemente da actividade que desempenham, participem deste processo de unidade e reconciliação que vem sendo desenhado desde 2002, quando a UNITA e as Forças Armadas Angolanas chegaram a um acordo que ditou o fim das atrocidades político-militar que duraram quase 30 anos.
E, frisou, a cultura, que é dos maiores participes deste processo, de unidade e reconciliação, não poderia estar de fora das festividades dos 21 anos de paz efectiva na nova Angola que renasceu desde 2002.
“Esse é o nosso contributo enquanto fazedores de artes.
E tivemos uma semana muito produtiva de intensa manifestação artística que muito agradou o público que lá acorreu”, destacou.
Encontro de cultura
Para João Vigário, embora, apartir de hoje, esteja encerrada a actividade cultural para saudar os 21 anos de paz, o Palácio de Ferro continua com as suas actividades normais, sempre com enfoque e aposta na promoção da diversidade cultural de Angola.
Conforme referiu, nos últimos anos, a instituição que dirige tem sido um espaço aberto de promoção de talentos angolanos nas mais diversas formas de fazer cultura, o que demonstra o compromisso daquela casa com as artes.
“E vamos continuar porque achamos ser este o caminho.
Temos um público fiel e que está connosco em todas as actividades”, frisou.