Cerca de 10 obras compõem a exposição “O Poder do Vazio”, do fotógrafo angolano Magno Daniel, que se encontra patente na galeria Cassemba Terra Preta, em Luanda, para a apreciação do público
Na exposição inaugurada na passada sexta-feira, 7, na presença de artistas nacionais e da diáspora, o artista teve como narrativa nas suas obras imagens de uma pedonal, transformando-a num lugar onde não apenas transitam diariamente pessoas, mas como que pode ser transformado em outra coisa.
Com estas obras que reflectem no dia-a-dia dos cidadãos, Magno Daniel pretende chamar a atenção das pessoas para a transformação e resinificação de lugares já padronizados com os seus trabalhos.
Dedicada a um público alargado, referiu que busca explorar a mente de quem vê, de modo a permitir que tirem as suas conclusões, o que, ao seu ver, acrescenta algum valor à imagem.
Questionado sobre o tema da presente exposição, o fotógrafo disse ao jornal OPAÍS que surgiu de um trabalho que esteve a fazer já há dois anos, inicialmente conhecido como “Não Lugares”, que a filosofia examina como lugares feitos para um determinado fim, mas que poderiam ser moldados, de acordo com o desejo de cada.
A intenção, contou, é de explorar os espaços usados por nós como informação, bem como focar na transformação desses sítios que por lei não são permitidos ocupar, por serem lugares transitórios e com fins específicos, com outras atividades que os dinamizam, geram conhecimentos e um poder transformador.
“As imagens foram capturadas com o objectivo de dar outro sentido à existência de um lugar frequentado, mas que expressa um vazio.
Sou um fotógrafo flexível quanto à exploração dos meus trabalhos, dou a liberdade às pessoas de verem as imagens e explorarem as suas visões a partir daquilo que observam e agregarem um valor a ela”, enfatizou.
Quanto à sua participação na revista Ngapa, o fotógrafo falou que se sente honrado em participar da mesma, com o objectivo de dar maior notoriedade aos seus trabalhos.
“Fico feliz por fazer parte desta revista, o mais difícil foi escolher as imagens para expor na mesma”, disse Magno. Por sua vez, o coordenador da revista Ngapa, Cesar da Silveira falou sobre temáticas ligadas ao poder em várias perspectivas, como, por exemplo, o poder feminino, o poder do homem sobre a mulher nas sociedades tradicionais como a nossa e o poder político usado para perpetuar o domínio, entre outros temas.