O realizador de cinema Vittorio Taviani, que com o seu irmão Paolo filmou algumas obras-primas do cinema italiano como “Padre Padrone” e “Cesare deve morire”, morreu Domingo, 15, aos 88 anos, segundo os meios de comunicação social italianos
O mais velho dos Taviani nasceu em San Miniato di Pisa, na região central da Toscana, a 20 de Setembro de 1929, tendo, dois anos depois, nascido o seu irmão Paolo. Os irmãos Taviani foram considerados verdadeiros “mestres” do cinema social italiano durante a sua longa carreira cinematográfica. Ambos estudaram Direito na Universidade de Pisa, mas o amor pelo cinema levou-os a abandonar os estudos para assinar uma série de documentários de temática social, que chegaram à televisão.
A estreia em televisão ocorreu em 1962 com o filme “Un uomo da bruciare” – sobre a vida de Saldr vatore Carnevale, jornalista e activista político, que foi assassinado na Sicília em 1955, que ganhou o Prémio da Crítica no Festival de Veneza. Os primeiros filmes sempre se basearam nos problemas sociais, como no caso de “San Michele aveva un gallo” (1972), que ganhou o Interfilm no Festival de Berlim, ou “Allosanfàn” (1974), interpretado por Marcello Mastroianni e Lea Massari.
Um dos seus maiores sucessos foi “Padre Padrone” (1977), baseado no romance biográfico de Gavino Ledda, que descreve a vida com um pai déspota numa Sardenha profunda e que ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes.
Outro dos seus trabalhos consagrados foi “La notte di San Lorenzo” (1982), a história dramática de um grupo de homens que tentava fugir da área ocupada pelos alemães, com música de Nicola Piovani, que ganhou o Grande Prémio do Júri em Cannes. Em 1986, os dois irmãos foram galardoados com o Leão de Ouro de carreira, em Veneza.
Os dois foram também responsáveis por filmes como “Good Morning, Babylon” (1988), “Il anche di notte” (1990) e “Le affinità elettive”(1996). Com 83 anos, Vittorio Taviani e o irmão assinaram o filme “Cesare deve morire”, que, em 2012, ganhou o Urso de Ouro em Berlim. Nos últimos anos, também realizaram “Maraviglioso Boccaccio”, em 2014, e “Una questione privata”, que devido à doença de Vittorio acabou por ser realizado apenas por Paolo, mas com o “conselho” do seu irmão.