Depois do lançamento em Novembro na capital portuguesa, Lisboa, nova abordagem sobre o Simão Toko e a sua igreja é apresentada hoje, às 17 horas, no Memorial António Agostinho Neto, em Luanda.
POR: Antónia Gonçalo
A obra que esteve em debate na Quarta-feira, 6, no espaço “Maka à Quartafeira”, pela mão da União dos Escritores Angolanos, está dividida em duas partes, nomeadamente “Para uma Teologia Tokoista” e “Filosofi a da Libertação”. Os nove capítulos deste livro permitem a abordagem sobre o cariz filosófi o assente no Tokoismo e no pensamento do seu fundador, o profeta Simão Gonçalves Toko, associando a sua posição sobre a teoria da complexidade, de Edgar Morim e a da libertação de Simone Weil e Henrique Dussel.
O autor faz ainda uma revisão crítica sobre a história do Tokoismo desde 1949, constrói alguns conceitos filosóficos e classifica o pensamento de Simão Toko como a “Higiene antológica” que determina o pensamento do ser humano. Segundo Patrício Batsikama, quando se fala de Simão Toko tem-se a ideia de que se trata de um profeta ético, mas nas suas pesquisas identificou o seu pensamento social relacionado com a filosofia da libertação.
“Edgar Morim, nos anos 1980 e 1990, abordou sobre a filosofia da libertação, enquanto que Simão Toco fez nos anos 1943 a 1949. Neste caso, podemos definir o pensamento de Simão Toko como higiene ontológica, que significa que a existência do ser humano parte do corpo, considerado como matéria, sendo o espírito imaterial”, explicou.
Avançou também que Simão Toko em 1975 manteve contactos com líderes políticos angolanos, nomeadamente, António Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi, no sentido de proclamarem a paz, bem como cultivar e desenvolver o país na base da diferença. O autor defende que seu o livro deve ser usado do ensino primário até ao universitário, de modo transmitir os vários pontos de vista de Simão Toko para o alcance da Independência Nacional.
“Quando falamos sobre o nacionalismo Simão Toko está na linha de frente”. Para a elaboração da obra, o autor começou com as pesquisas em 2012, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal, no América Community On Africa, em Nova Iorque, e conversou com individualidades que conheceram Simão Toko, com o objectivo de ver a questão da filosofia da libertação de maneira profunda, fora da religião.