Não há muitas amplas estreias na semana, apesar do circuito receber 11 lançamentos, nada menos que cinco produções da lista são documentários.
“Tomb Raider” tem a maior distribuição, em 600 telas, numa aposta ao reconhecimento da “marca” entre o grande público. Mas não escapa da sina das adaptações de games em Hollywood. Já faz 25 anos que os grandes estúdios insistem em transformar jogos electrónicos em filmes dispendiosos. E o resultado tem sido sempre o mesmo: produções cheias de saltos, corridas, lutas e obstáculos, que tentam evocar o ritmo frenético dos games.
Mas, sem interactividade, não passam do “modo demonstração”, sem conseguirem replicar a emoção que o gamer sente ao jogar. Pois, a longa carreira da heroína Lara Croft é o típico filme de video-game, com muitas corridas e saltos, e já taxado como medíocre pela crítica americana, com 50% de aprovação na média do site Rotten Tomatoes. A nota só não é pior, porque as considerações negativas foram equilibradas, com elogios à actriz sueca Alicia Vikander.
Após vencer o Óscar, por “A Garota Dinamarquesa” (2015), ela mostrou versatilidade e potência física para convencer como heroína de filmes de acção. Na prática, o filme transforma a personagem icônica, considerada prostituta na tradição evangélica, como feminista e principal seguidora de Jesus Cristo. O resultado, porém, não é o “Evangelho de Maria Madalena” (manuscrito encontrado junto a outros textos do cristianismo primitivo em escavações do Egipto e publicado em 1955), mas a actualização dos ensinamentos cristãos que a própria Igreja Católica tem pregado sob o Papa Francisco.