O evento denominado “Kizomba Design Museum”, plataforma transitória dedicada à preservação da história da cultura kizomba, estreia amanhã, 06, em São Paulo, com a exibição de aspectos ligados a este estilo musical e dançante, o que inclui a gastronomia e palestras
O projecto criado em Angola pelos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) vai apresentar, pela primeira vez, uma experiência imersiva, durante três dias, através de uma programação que inclui shows musicais, com Paulo Flores, Branko, Dino de Santiago. O mesmo conta ainda com a participação especial de Russo Passapusso e Roberto Barreto do Baiana System; cardápio assinado pela chef Bel Coelho, mesas com escritores e jornalistas que inclui Ondjaki, Semayat Oliveira, Yuliana Ortiz Ruano e workshops de dança.
Fundado pelo escritor e produtor musical Kalaf Epalanga e pelo director criativo e artista multidisciplinar Nástio Mosquito, o projecto tem como objectivo fomentar o diálogo público e destaca a influência que essa cultura exerce sobre várias comunidades no mundo. Segundo Kalaf Epalanga, trata-se de um momento comovente, onde serão reunidos músicos talentosos e entusiastas da cultura kizomba, numa das maiores cidades de língua portuguesa.
O referido evento, disse o artista, marca, as- sim, a presença angolana significativa em simultâneo com a notável Bienal Internacional de Arte de São Paulo, cuja edição este ano representa uma espécie de renascimento cultural. O evento, segundo o mesmo, permitirá que se aprofunde o conhecimento e a interacção entre as nações africanas de língua portuguesa e o Brasil para o público. “Essa dinâmica cria um cenário ideal que é vibrante, actual e desperta todos os sentidos.
Não importa se você está apenas descobrindo a música ou se é um especialista; queremos destacar não só o significado histórico da kizomba, mas também garantir a sua vitalidade”, disse o artista. Por sua vez, Nástio Mosquito refere que estas manifestações culturais diaspóricas são enquadra- das como elementos que servem como plataformas lúdicas de uma presença legal, ou ilegal, tolerada ou apropriada.
“Sabemos que esses gestos estéticos, gastronómicos e volta- dos para o entretenimento são plataformas factuais, financeiras e com potencial económico. O Kizomba Design Museum não é apenas uma celebração da cultura ou da sua identidade; é um gesto de cuidado, um gesto de do- ação a essa forma de arte e a justiça económica do mercado, alcançando a indústria da música, a indústria alimentícia e a indústria do entretenimento”, reforçou.