A sessão de homenagens, protagonizada pela direcção da escola e pelos estudantes, teve como objectivo reconhecer e destacar os contributos das duas individualidades, cada um na sua área de especialização, pelo crescimento, desenvolvimento e valorização das artes em Angola.
Como gesto de reconhecimento dos seus feitos em prol do cinema nacional, Jorge António recebeu das mãos da directora provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos de Luanda, Teresa Mbuta, que esteve em representação do vice-governador para o Sector Político e Social, Manuel António Gonçalves, um certificado de honra e um quadro do seu retrato feito a lápis produzido pelos estudantes do curso de pintura do CEARTE.
Emocionado com gesto, o cineasta quase não conteve as lágrimas ao destacar a importância que representa para si aquela singela homenagem que visou exaltar os seus trabalhos que têm sido um importante contributo para o engrandecimento do cinema de efeito em Angola.
“Há 30 anos que vivo em Angola a fazer os meus trabalhos pelo cinema angolano e sendo a primeira vez que me é feita uma homenagem, deixa-me bastante emocionado e sobretudo pelo gesto vir de uma escola onde muitos dos seus ensinamentos sobre cinema angolano são baseados nos meus livros, então eu hoje fico muito agradecido ao CEARTE e aos alunos por esta homenagem”, disse o director cinematográfico.
O também realizador aproveitou a ocasião para manifestar o interesse de firmar-se uma parceria de intercâmbio na área do cinema entre o Festival Internacional de Cinema Documental de Luanda (Doc Luanda) e o CEARTE, justificando que o Doc Luanda pode servir de extensão académica para os alunos do cinema daquele complexo escolar de artes.
Destacado o contributo da dança contemporânea
Por sua vez, Ana Clara Guerra Marques viu serem exaltados os seus contributos considerados indispensáveis para o surgimento, desenvolvimento, expansão e afirmação da dança contemporânea em Angola, destacando-se de forma particular o papel da Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDCA) na promoção e valorização deste estilo clássico de dança.
Em reconhecimento do seu trabalho, Ana Clara recebeu, igualmente, um certificado de honra e um quadro do seu retrato pintado a lápis pelos alunos do CEARTE.
A bailarina e pesquisadora cultural disse que a homenagem é para si especial por se considerar “filha de casa” no CEARTE, sendo uma instituição com quem sempre trabalhou e ajudou a consolidar a área de espacialização da dança, abrindo inclusive espaços para que alguns estudantes pudessem estagiar na companhia de dança.
Ana Clara destacou a importância de serem reconhecidos os esforços daqueles que activamente têm contribuído pela valorização das artes e da cultura de modo geral, sublinhando a necessidade de estes trabalhos serem objectos de estudos e pesquisas nas escolas e nas universidades ligadas às artes.
“Eu acho que é muito bom as escolas terem como referências as gerações anteriores, sobretudo se estas pessoas fizeram coisas inovadoras, fizeram excelentes trabalhos em prol da educação e da formação profissional.
É importante que na escola os alunos estudem estas pessoas que iniciaram os trabalhos inovadores, que tenham essas referências para que eles aprendam na prática o que lhes espera no futuro”, defendeu.