Adicionado ao facto, defende ainda a tradução desses livros quando se tratarem de nações com outros idiomas, principalmente aqueles mais falados a nível mundial, como inglês, francês e agora o próprio mandarim.
O seu posicionamento deve-se à dificuldade apresentada por professores brasileiros no encontro, na sua maioria ligados à área de literatura, linguística, arte e cultura, que têm debatido com dificuldades, mormente pela falta de livros e outros materiais da bibliografia africana.
“Eu considero que tem que haver uma diplomacia mais ofensiva nesse âmbito, principalmente aos adidos culturais, nas embaixadas e consulados de Angola”, observou.
Segundo Bella, o déficit de materiais físicos tem prejudicado tanto os docentes quanto os discentes, uma vez que a internet ainda não substitui completamente os recursos bibliográficos físicos, fundamentais na formação académica.
Esta lacuna, disse, contribui para a pouca visibilidade dos escritores nacionais, onde a literatura angolana é conhecida apenas por poucos nomes emblemáticos.
Daí terem estimado a oferta de livros de e sobre Agostinho Neto, acompanhado da palestra que aconteceu como um dos feitos mais importantes do certame, embora ressaltassem a necessidade de muito mais divulgação desta e de outras obras de escritores angolanos para o mesmo efeito.
“Eles têm que criar políticas que visam um intercâmbio artísticoliterário e cultural entre autores angolanos e dos países onde estão representados, bem como a tradução desses livros, quando se tratarem de nações com outros idiomas, principalmente aqueles mais falados a nível mundial”, sublinhou.
Intercâmbio cultural
O IV Encontro Internacional da Abe-África, intitulado “Passados Sensíveis, Futuros Possíveis”, é bianual e reúne pesquisadores de diversas partes do mundo e de variadas áreas de formação como o campo da Filosofia, História, Antropologia, Música, Dança, Ciências das Religiões, entre outros, que têm a África como centro de suas investigações.
O encontro visou ainda saudar os 49 anos da Independência Nacional. De todas as formas, o autor considerou o evento bastante positivo, primeiro pela forma como foi homenageado o nosso país, pelo intercâmbio mantido com vários autores de outros quadrantes africanos e brasileiros, bem como pela possibilidade da divulgação dos livros de Agostinho Neto e sua trajectória política, cultural e profissional.
John Bella lamentou ainda o facto de não ter conseguido levar livros de outros escritores angolanos, como tem sido feito nas outras viagens do género, para que se tenha cada vez mais conhecimento das variadas expressões culturais no universo da literatura angolana, em alguns países considerados como sendo feita apenas por dois ou três autores, erro esse que mais uma vez solicita os adidos culturais, para ajudarem a corrigir.