Intitulada “Castanheira de Pêra versus Cunene (1970-2024)”, a obra de 136 páginas está dividida em seis capítulos e será lançada no próximo dia 1 de Fevereiro, por ocasião do sexto aniversário da restauração do reino do Oukwanhama.
Segundo o autor do livro, em declarações prestadas à ANGOP sexta-feira, trata-se de uma homenagem e reconhecimento do contributo daquela localidade, que durante 10 anos acolheu boa parte da população do Cunene e os serviços administrativos.
Disse que a intenção é transmitir às presentes e futuras gerações os momentos vividos durante a invasão militar, com a narração de como os factos se sucederam no tempo e no espaço.
Nesta obra, salientou, foram retratados os factos históricos da administração colonial, a elevação do Cunene à categoria de distrito e sua desanexação do então distrito da Huíla, a ocupação e destruição, assim como as figuras que dirigiram o destino desta região.
Jerónimo Haleinge referiu não serem apenas figuras políticas, mas outras entidades ligadas à igreja Católica e Luterana, que assumiram as estruturas políticas administrativas e prestaram a assistência espiritual e material às comunidades.
Destacou as personalidades de Dom Fernando Guimarães Kevano e do reverendo Noé Ndeutapo, cujas figuras desempenharam papel preponderante na assistência das comunidades nos momentos em que não havia administração do Estado.
Jerónimo Haleinge esclareceu que, durante este período de refugiados, a Castanheira de Pêra serviu de palco da escolarização das crianças e jovens, tendo sido erguida a zona académica, com a construção de mais de 100 salas de aulas e posterior encaminhamento às bolsas de estudo.
“A Castanheira de Pêra serviu não só como palco de refúgio, mas também de laboratório da formação de quadros do Cunene, empenho na produção de cereais, assim como cimentou a solidariedade e união entre as comunidades”, enfatizou. A obra foi publicada pela “Vamos Editora” com uma tiragem de 110 exemplares, numa primeira fase.