Com o objectivo de analisar o trabalho desenvolvido pelos vários grupos de teatro no país, foi realizado o debate em torno da “Escrita para o Tetro”, na 2.ª edição do projecto Nação Teatro, no auditório Njnga Mbandi, na passada terça-feira, 03, onde se deixou evidenciado os passos necessários a seguir para a apresentação de excelentes espectáculos
Promovido pela Associação Angolana de Teatro, entre os convidados a falar do assunto, o dramaturgo e escritor José Mena Abrantes referiu sobre a existência de regra para a escrita neste campo, que devem ser criteriosamente observadas no tempo e espaço de apresentação.
“Segundo Aristóteles, existem regras para a materialização de uma obra de teatro, desde o drama, o espectáculo, a música, a acção, entre outros pontos. Perante as várias histórias que chegam ao meu conhecimento, deve-se delimitar o texto a partir do personagem, obstáculos, crises opostas, conflitos”, considerou.
Marisa Júlio, directora do “Festeatro Mulher”, que também se juntou ao painel, considera o assunto de grande pertinência, mas pouco abordado a nível da classe. Para a também actriz e encenadora, para que se tenha um espectáculo que possa corresponder às expectativas do público, de modo geral, tudo começa por uma boa escrita.
Observa que o texto para o teatro influencia positivamente no crescimento pessoal e intelectual dos fazedores da arte, mas, para entrar em cena e ser interpretado, é necessário que seja compreendida a mensagem. “O espectáculo começa com o texto, se for rico, há muitas chances de obter um bom espectáculo.
O teatro sem a escrita não existe. Há uma toda necessidade de se criar textos construtivos que possam realmente causar um bom impacto para as pessoas que vão assistir”, frisou. Neste contexto, fala da existência de regras gramaticais que devem ser respeitadas.
No sentido de se ter maior atenção aos conteúdos, aconselha os dramaturgos para a continuidade do processo de exploração durante a escrita, para que tenham resultados reluzentes.
Os desafios
Apesar da carga dramática que alguns actores possuem, o dramaturgo José Luís, de nome artístico ‘‘Diafragma”, observa haver pequenas falhas no processo de escrita relativa às mensagens que se pretendem passar.
O processo, avançou, contribui significativamente para o entendimento dos actores, encenadores e outros membros da classe, já que através da dramaturgia encontra-se temas diversos para educar, informar, sensibilizar e entreter o público.
“Foi um tema interessante, visto que consta de um dos grandes problemas no seio do teatro. A encenação às vezes pode ser muito boa, mas, ao passarem a mensagem, não chega ao mesmo nível.
Os actores podem ser bons, mas às vezes a peça falha”, disse. O também professor do Complexo Escolar das Artes aconselha os jovens no sentido de serem livres nas suas expressões, analisarem e depois aprimorarem as técnicas para que as suas obras possam ser bem recebidas em qualquer parte do mundo.