Com o objectivo de garantir maior qualidade ao Carnaval de Luanda, será realizado o 3.º Encontro Provincial nos próximos me- ses, para o qual serão convidados todos os fazedores, para discutir sobre o evento que é a maior manifestação cultural do país
O vice-governador de Lunda para o Sector Político e Social, Manuel Gonçalves, que falava durante o acto de entrega de prémios aos grupos vencedores, considerou necessário continuar a trabalhar com os parceiros sociais para proporcionar melhores. Isso, para que os grupos possam preparar -se com a devida antecedência.
“A criação da Comissão Provincial do Carnaval, com esta antecipação é um recado que passamos aos grupos: aos conjuntos aconselhamos para melhor utilização dos recursos financeiros colocados à sua disposição, apesar de o valor não ser suficiente para os trabalhos que realizam”, aferiu O responsável deu a conhecer que foi exarado, pelo governador de Luanda, Manuel Homem, o despacho que cria a comissão organizadora do Carnaval de Luanda em 2024.
Pelo facto, avançou que a Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL) assumirá a produção e realização do evento em Luanda. Manuel Gonçalves explicou que o Entrudo deve passar para a sociedade civil, com a APROCAL a as- sumir o papel central, no quadro de um protocolo assinado em 2019. “Aliás, sua excelência senhor Governador pediu-nos que transmitíssemos aos responsáveis dos grupos carnavalescos que toda a atenção, todo o centro do nosso Carnaval deve ser os grupos”.
Quanto ao gradualismo, com relação aos prémios disse que a par do esforço feito este ano, onde houve um incremento no valor da premiação, espera-se que para o ano tenhamos prémios mais atractivos. “Mas, vale à pena dizer que, por mais que os prémios subam ao valor mais alto, acreditamos nós que os desafios serão maiores. Se assim for, as nossas despesas também serão maiores. O que significa também que dificilmente o pré- mio é proporcional àquele esforço financeiro”, observou.
Os grupos premiados
O União Recreativo do Kilamba, primeiro classificado na classe A, recebeu o cheque equivalente a 5 milhões de Kwanzas. Antes mesmo, na Quinta-feira, 23, o conjunto recebeu ainda 15 milhões de Kwanzas, um incremento para maior relevância ao Carnaval e à cultura no seu todo. Trata-se de um acréscimo circunstancial e não normativo. Já o União Jovens da Cacimba, União Kiela, União Njinga Mbande, que se seguem nesta ordem recusaram a recepção dos cheques de 3 milhões de Kwanzas, 2 milhões e um milhão e 500 mil Kwanzas, respectivamente.
O facto deve-se ao descontentamento do incremento feito ao prémio do grupo vencedor, de 15 milhões de Kwanzas. Este descontentamento ocorreu com os outros conjuntos classificados nas outras classes, que apesar da recepção dos cheques questionaram a não repartição do valor aos grupos classificados. O responsável do União Operário Kabocomeu, o primeiro classifica- do na classe B, com o prémio de 3 milhões de Kwanzas, lembrou que o Carnaval é feito pelos conjuntos nas várias categorias. “É algo que deixa descontente os outros grupos, porque não é só a classe A que dança o Carnaval. Existe também a classe B e a C. É uma festa feita no geral. Assim, o Governo da Província de Luanda cometeu um erro. Tinha também de chamar os vencedores das outras classes”, lamentou.
Márcio Oliveira, do União Amazonas do Prenda, da classe C, na segunda posição, com o prémio de um milhão de Kwanzas. Disse que a atribuição de valor adicional ao Recreativo do Kilamba deixou-os inquietos. “Neste caso, se houve esse valor de incentivo com este grupo, deviam fazer o mesmo com os outros primeiros classificados das outras classes. O justo seria isso. Deste modo, deixam-nos tristes, com a impressão de que os grupos das outras classes não são valorizados, já que todos temos as mesmas dificuldades, de nos prepararmos para o evento”, elucidou. Ainda na classe A, o União Povo da Quissama, que esteve na quinta posição recebeu um milhão de Kwanzas.
Outros grupos
Na classe B, o segundo classificado, o União Petrolíferos teve como pré- mio o valor de 2 milhões de kwanzas. Por seu turno, o União Estrela Kazucuta do Cazenga, um milhão, o União Kazucuta do Sambizanga 750 mil e o União Jovens do Kapalanga 500 mil. Na classe C, infantil, o primeiro classificado, Cassules Viveiros do Njinga Mbande, teve como prémio 2 milhões de Kwanzas. Já o terceiro, quarto e quinto classificados, Cassules Café de Angola, Cassules Jovens da Cacimba, Cassules dos Petrolíferos, 750 mil, 500 mil e 300 mil, respectivamente.