Mais de 50 peças de artes expostas no Centro de Artes do Museu de Escravatura, no distrito urbano do Morro dos Veados, município de Belas, em Luanda, estão em estado de deterioração, por estarem muito tempo sem serem vendidas. As peças, maior parte feitas de ferro, madeira, pedra e quadros pintados, que não são comercializadas devido à fraca aderência de compradores.
O coordenador do núcleo de artesãos local, José Kalanga, sugeriu a expansão dos mercados de peças de artesanato a nível de Luanda, com vista a aumentar o volume de vendas, alegando que a distância entre o centro da cidade e o local de venda dificulta o comércio. Realçou como principais ferramentas de trabalho a madeira, pedra, tinta e outras matérias-primas, adquiridos nos principais mercados de Luanda e no Norte do país, mas sem retorno.
Neste espaço são mais visíveis as peças do pensador, comercializada a 250 mil, da mulher mucubal, vendida a 5 milhões de kwanzas, e da Palanca Negra Gigante (100 mil kwanzas). O artista plástico Manuel Vunge disse que a média diária de vendas é de dois a três quadros. O preço das telas vária de 10 a 300 mil kwanzas, com realce para as paisagens africanas e as zungueiras. Balbina José e Vanda António, ambas colocadas na área da cestaria, disseram que no princípio do funcionamento do centro a clientela estava mais difícil, agora têm regista- do uma maior procura dos produtos, sobretudo, por parte das decoradoras.
Com cerca de 12 vendedoras, na área da cestaria são comercializados produtos como abanos, cestos, pastas, chapéu, vassouras, tapetes, bases de mesa, entre outras. O actual Centro de Artes do Museu da Escravatura absorveu o antigo mercado do artesanato. Comporta quatro áreas: de cestaria, pintura, escultura e trajes africanos. O centro existe há seis anos, situa-se a 15 quilómetros a sul da cidade e 20 da sede do distrito dos Ramiros.