O fórum vai apresentar três temas considerados importantes sobre o assunto, promovido pelo Ministério da Cultura. O primeiro, “A reflexão sobre as referências da origem e desenvolvimento do Semba”, vai ser orientado pelo músico Dionísio Rocha, músico, compositor, apresentador e investigador cultural.
No segundo painel vai estar em destaque “O processo de base para o reconhecimento do Semba como património cultural Imaterial”, na voz da directora do Instituto Nacional do Património Cultural, Cecília Gourgel.
E, para falar do enquadramento jurídico do segundo assunto vai estar presente o director do Gabinete Jurídico e de Intercâmbio do Ministério da Cultura, Daniel Jorge. Segundo o porta-voz do Palácio de Ferro, Hamilton Victor, o fórum vai analisar ainda “A importância da literatura para a preservação do Património Cultural imaterial”, por volta das 14h00 até às 15h30.
Para maior compreensão do assunto, a organização vai disponibilizar obras literárias de escritores nacionais, como o livro “Ser Poeta em Harmonias e Silêncios” de Carlos Lamartine, “O Nosso Semba” de Pedro da Rosa e “Sakwenda – Percursos e Vivencias” de Zeca Moreno.
Por volta das 16h00, será também analisado o tema “O papel da Kizomba enquanto factor de identidade nacional e instrumento de internacionalização do Património Cultural e Imaterial”, que terá o suporte do presidente da AOK, Valdemiro de Sousa, e o seu secretário-geral, Mário Contreiras.
Os convidados também serão brindados com momento cultural voltado para a exibição das danças Semba e Kizomba, por volta das 17 horas, estilos musicais e dançantes que vão estar em destaque neste dia para análise.
Os patrimónios
O governo angolano declarou a Kizomba e a Tchianda, géneros de música e dança angolanos, como património cultural e imaterial do país no domínio das práticas sociais, rituais e actos festivos.
Os decretos executivos, assinados pelo ministro da Cultura, Filipe Zau, foram publicados no Sábado, 4 de Maio de 2024, em Diário da República. A declaração como património cultural e imaterial visa “evitar a sua usurpação” e a promoção de medidas “visando a sua valorização e preservação para as gerações futuras”.
Foram ainda reconhecidos, como patrimónios imateriais nacionais, a dança tchianda, a marimba e o quissanje, no domínio dos saberes e ofícios tradicionais.
A efeméride
No dia 17 de Outubro de 2003, no decurso da 32.ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), foi aprovada a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (PCI), que entrou em vigor no dia 20 de Abril de 2006, razão principal para ser a data escolhida para celebrar o Dia Internacional do Património Cultural Imaterial, o que sucede pela primeira vez! A Convenção tem como objectivos a salvaguarda, respeito, sensibilização a nível local, nacional e internacional do património cultural imaterial das comunidades, grupos e indivíduos, bem como a cooperação e o auxílio internacionais, no quadro de um mundo cada vez mais globalizado que ameaça uniformizar as culturas e aumentar as desigualdades sociais, tendo Portugal depositado o instrumento de ratificação a 21 de Maio de 2008.