Ao discursar durante o acto central de celebração do Dia da Cultura Nacional, na cidade do Huambo, Filipe Zau reiterou a importância de estarem sempre de “mãos dadas” a cultura e a educação, sublinhando que uma completa a outra na medida em que ambos estão relacionados com a preservação dos ensinamentos, dos valores e da identidade de cada nação. “Não se faz educação sem cultura.
A educação sem cultura é insossa na medida que uma cultura na educação está sempre associada aos valores e às práticas de um povo”, afirmou o ministro em seu discurso de abertura do acto central.
O titular da pasta ministerial da Cultura frisou que o sistema de educação das sociedades é criado em função do tipo de cultura e dos valores que cada uma quer preservar.
Por esta razão, sublinha ser indispensável a necessidade de se ensinar aos mais pequenos os hábitos e costumes que fazem parte da identidade cultural da nação e que estes devem aprender, valorizar, conservar e desenvolver.
“Cada sociedade cria o tipo de educação de que precisa, e nós aqui, com estas demonstrações de cultura, queremos incorporála também dentro do sistema educativo para que as nossas crianças não fiquem alheias à cultura que devem desenvolver”, ressaltou o governante.
Celebração histórica
Na sua explanação, Filipe Zau disse que este ano a celebração do Dia da Cultura Nacional foi feita de uma forma inédita, constituindo um marco histórico, pelo facto de, além de celebrar o acto em si, procurar trazer a cultura nas suas mais variadas dimensões, sem tirar a sua essência.
Na visão do ministro, a cultura deve ser celebrada como tal, na sua dimensão plena, não apenas com momentos de recreação e descontração, mas também de reflexão, preservação histórica e reconhecimento daqueles que todos os dias dão o melhor de si para ver a cultura cada vez mais valorizada e devidamente conservada. “É a primeira vez que temos a oportunidade de mostrar cultura na sua própria dimensão.
Estamos a colocar a cultura num patamar diferente daquilo a que estamos habituados, do patamar de recreação, de farra, a cultura é muito mais que isso”, frisou. Afirmou ainda que a cultura, tal como outros sectores da sociedade, é também um elemento gerador de receitas para o Estado e indispensável para o desenvolvimento do país. “Nós, cultura, nunca estamos só, também produzimos riqueza para o país”, explanou Filipe Zau.
Governador do Huambo jubilado
Por seu turno, o governador provincial do Huambo, Pereira Alfredo, mostrou-se jubilado com a escolha da província para acolher o acto central das celebrações e comprometeu-se a preservar os espaços históricos e culturais elevados a património nacional naquela província.
“Tudo faremos para continuar a preservar este lugar, tirar o máximo proveito da sua localização, mas também da sua importância histórica. Nós do governo provincial continuaremos a trabalhar para dignificar não só este local, como todos os locais históricos da nossa província”, disse o governador à imprensa após o descerramento da placa da Praça Dr. António Agostinho Neto, agora elevado a Património Cultural Nacional.
Quanto à inauguração do Arquivo Provincial, Pereira Alfredo caracterizou como um marco histórico, tendo considerado a sua província “prestigiada” por albergar duas grandes e importantes infraestruturas culturais que se tornam uma referência nacional.
Para o governante, estes detalhes demonstram que o executivo tem estado atento ao esforço que a província tem feito no sentido de se tornar um “berço” da preservação da cultura nacional.
Detalhes do Arquivo Provincial
O acto de inauguração do Arquivo Provincial do Huambo foi proferido pelo ministro da Cultura, Filipe Zau, na manhã desta quarta-feira, 8, enquadrado nas festividades do Dia da Cultura Nacional.
O Arquivo é uma infra-estrutura criada de raiz, cuja obra levou 10 meses de duração, com o orçamento estimado em 3,5 mil milhões de kwanzas, executada pela empreiteira Gavecom.