O músico e compositor Filipe Mukenga é o artista convidado para a oitava edição do concerto “Trajectória” a decorrer nesta Sextafeira, 27, às 19 horas, no Palácio de Ferro, em Luanda
O artista, que recentemente realizou um concerto na Casa 70, em celebração dos seus 74 anos de idade, dos quais 60 anos de carreira musical, irá partilhar com o público daquele espaço cultural a sua vasta experiência artística, cantando os grandes sucessos que marcaram as cerca de seis décadas no mundo da música.
No evento, o artista vai relembrar os temas musicais, levando o público a reviver aqueles que foram os seus grandes sucessos, ao longo dos 60 anos dedicado ao mundo da música.
“Neste concerto vou cantar as minhas músicas antigas, aquelas canções que marcaram a minha carreira, aquelas que considero estarem no patamar da excelência musical por nunca perderem a qualidade e o prestígio que carregam, apesar de já serem muito antigas”, disse o músico ao jornal OPAÍS.
Convidada Especial
Para o pequeno concerto, Filipe Mukenga terá como companheira, a quem chama a sua “convidada super especial”, a jovem artista promissora Olinda Simeão, vencedora do Festival da Canção 2023, organizado pela LAC (Luanda Antena Comercial).
Segundo explica o músico, a razão de, mais uma vez, trazer a artista consigo em concerto musical, à semelhança do que fez no espectáculo que realizou recentemente, na Casa 70, deve-se à “necessidade de o público angolano conhecer e contemplar o talento desta jovem que canta e encanta os ouvidos de quem a ouve”.
Sublinha que Olinda Simeão tem potencial para se tornar uma grande artista, entretanto basta que lhe dêem oportunidade e espaço para poder mostrar o seu talento e a sua grandiosidade musical.
“É uma menina que canta muito bem, tem uma linda voz e, de facto, acho que é mais uma pérola que está a nascer e crescer dentro do nosso panorama musical. Vai ser uma grande valia o público poder ouvir o que ela tem para apresentar”, assinalou o artista.
Músicas do novo álbum não serão cantadas
Questionado se cantará alguns temas do novo álbum, Mukenga afirmou que não fará isso. Disse que a intenção é reviver os velhos tempos, então “nenhum dos temas do novo álbum será cantado no concerto de Sexta-feira”.
Recorde-se que o novo álbum de Filipe Mukenga, intitulado “Canções e Destinos”, foi lançado no passado dia 14 do corrente mês, em Luanda, assinalado como sendo a sexta obra discográfica de sua autoria.
Contendo 13 faixas musicais, o “Canções e Destinos” apresenta-se como um álbum repleto de poemas musicados, sendo uma forma que o músico achou para “eternizar” os poemas de autores que profundamente marcaram o seu trajecto, com destaque para as escritoras portuguesas Manuela Baptista e Vanessa Pereira.
No álbum, constam poemas como “Vem comigo”, “Dêem-me Rosas com vida”, “Para Além do Infinito”, “Dá-me a mão”, “Terra Molhada”, “Sai pela Noite” e outros.
Numa entrevista concedida à Angop, Filipe Mukenga avançara que o disco começou a ser concebido depois do contacto com o produtor e jornalista Guelmo Cruz, numa fase em que estava com dificuldades em gravar uma nova obra discográfica.
“Não foi difícil a concepção, apenas a selecção dos temas.
O Guelmo, à medida que ia ouvindo, ia sugerindo mas não podíamos ter mais de 13 canções”, avançou o músico, tendo acrescentado que não precisou de compor muitas canções, porque tinha as coisas devidamente traçadas.
Histórico do Artista
Nascido a 7 de Setembro de 1949, Filipe Mukenga é um cantor e compositor angolano, tido como um dos grandes ícones da música angolana, em espacial o semba e as músicas poéticas.
Começou a tocar em 1964 por influência dos Beatles. Colaborou com grupos como: Os Brucutus, os Indómitos, The Five Kings, The Black Stars, Os Rocks, os Electrónicos, os Jovens e Apollo XI.
No seu vasto repertório constam os seguintes álbuns: “Novo Som” (CD, Emi-VC, 1991), “Kianda Kianda” (CD, Lusáfrica, 1994), “Mimbu Iami” (CD, 2003), “Nós Somos Nós” (CD, Ginga, 2009), “Canto Terceiro da Sereia: o Encanto” (2020), “Baile no Marçal” (2021) e o mais recente “Canções e Destinos”.