Ao falar à imprensa durante o concerto da dupla Judeth e Ester, no último sábado, 22, no Palácio de Ferro, em Luanda, o músico Filipe Mukenga (que foi o convidado de honra das anfitriãs) defendeu o surgimento de mais espaços adequados para a realização de espectáculos musicais.
O artista disse que, nos últimos tempos, grande parte dos espectáculos musicais têm sido realizados em locais adaptados, que não ofereçam as condições apropriadas para a projecção do som com a qualidade desejada.
“A música precisa de estruturas próprias, salas adequados para espectáculos, não temos salas de espectáculos, se repararmos, vamos fazendo os nossos concertos em salas adaptadas, salas que foram concebidas para serem cinemas, precisamos de salas próprias para espetáculos musicais”, defendeu o músico.
Sublinhou que os concertos musicais, especificamente os de música ao vivo, exigem infra-estruturas próprias para permitir a circulação do som de forma harmoniosa, sem qualquer interferência interna ou externa.
Apelou, neste sentido, que as instituições de direito e as empresas façam um sério investimento para dar ao sector musical e aos seus fazedores a dignidade para poderem expressar com a qualidade recomendada a sua arte ao público.
Outra preocupação manifestada pelo músico é inexistência de indústrias discográficas em Angola, o que força os artistas a terem que emigrar ou enviar os seus trabalhos para o exterior do país a fim de serem devidamente concluídos e culminarem em CD’s.
Para Filipe Mukenga, a falta de uma fábrica de discografia a nível do território nacional constitui um atraso no desenvolvimento do mercado musical, por esta razão, defende que a situação deve ser resolvida o mais urgente possível.
“Nós gravamos aqui, temos alguns estúdios, mas depois somos obrigados a levar os nossos trabalhos lá para fora porque não temos indústria discográfica aqui no país”, reclamou, o músico.
Recorde-se que Filipe Mukenga lançou o seu sexto álbum da carreira, intitulado “Canções e Destinos”, em Outubro do ano passado, um trabalho que, segundo explicou, para ser concluído teve que passar em quatro países de diferentes continentes, nomeadamente Angola, Portugal, Peru e Brasil.