A II edição do Festival Internacional de Cinema Pan-africano (PAFF), que vai decorrer de 22 a 26 do corrente mês, na Mediateca de Luanda, no CEARTE e no Palácio de Ferro, em Luanda, contará com a exibição de mais de 40 filmes que retratam a história do continente berço
Com o objectivo de promover e contribuir para o desenvolvimento da indústria cinematográfica angolana e africana em geral, o festival tenciona criar ligações e aproximação entre o cinema africano e o público de Angola, com o intuito de valorizar e expandir os trabalhos cinematográficos em vários países do continente. Nesta edição, segundo a organização, o evento tem como ponto fulcral a promoção e divulgação dos filmes feitos no continente e por produtores africanos, visando compartilhar com o público angolano, em especial os jovens, os trabalhos cinematográficos desenvolvidos no continente berço.
“É uma forma de promover o cinema angolano e africano e de incentivar o público a consumir os filmes africanos. Por outro lado, é também uma maneira de promover o turismo em Angola”, avançou a este jornal Patrícia Rodrigues, um dos membros da organização. Com o tema “Conectando o cinema africano com o público”, o festival contará com a exibição de 43 filmes de 25 países do continente africano e de outros continentes. Segundo Patrícia Rodrigues, os filmes seleccionados para o festival foram divididos em seis (6) categorias, nomeadamente longa-metragem de ficçã o, curta-metragem de ficçã o, longa-metragem documentário, curta-metragem documentário, animação e séries de TV e web.
Intercâmbio entre produtores de cinema
O evento reserva ainda momento de intercâmbio e troca de experiências entre produtores, realizadores, cineastas e actores de diferentes nações e continentes, com o objectivo de incentivar o aumento e a aposta nas produções cinematográficas no continente africano, como adiantou a integrante da organização. “Temos diversas novidades este ano, como o Filmmaking Brunch, o encontro entre cineastas para facilitar as trocas, incentivar a cultura das co-produções, que é uma das estratégias para aumentar o número de produções cinematográficas.
Teremos também workshops e masterclasses”, acrescentou. Para além da exibição de filmes e intercâmbio entre agentes do mundo cinematográfico, o PAFF contará ainda com outras actividades diversas como painéis de perguntas e respostas com realizadores e produtores de cinema, espectáculos de música e dança, masterclasses e workshops de filmagem e distribuição de filmes. Um “Brunch do Filmmaking”, encontro dos cineastas, exposição de obras de arte e tantas outras actividades fazem parte do leque de surpresas que a organização promete levar ao pátio do Palácio de Ferro e da Mediateca 28 de Agosto, durante os cinco dias de PAFF, edição 2023.
Países participantes
Entre os vinte e cinco países participantes no Luanda PAFF 2023 constam Angola, na qualidade de anfitriã, África do Sul, Bélgica, Brasil, Bulgária, Burkina Faso, Canada, Cabo Verde, Camarões, Colômbia, Egipto, Estados Unidos da América, França, Guiné, Madagáscar, Namíbia, Nigéria, Portugal, República Centro Africana, R.D. Congo, Senegal, Suíça, Tanzânia, Reino Unido e Zimbabue. Quanto às exibições, de acordo com o programa, os filmes serão exibidos na Mediateca de Luanda nos dias 22 e 25, 18h00 às 22h00, nos dias 23 e 26, das 16h00 às 22h00, no Palácio de Ferro, ao passo que, no dia 24, das 10h às 14h e das 15h00 às 20h00, os filmes serão exibidos no anfiteatro do Complexo Escolar de Artes (CEARTE).
Homenagem à primeira africana no cinema de HollyWood
No capítulo das distinções e homenagens, a presente edição do PAFF vai homenagear Hattie Mcdaniel, a primeira actriz afroamericana a tornar-se estrela no cinema de HollyWood e a ganhar um Óscar por seu papel de “Mammy” no filme “Gone with the Wind” em 1939. A organização do festival justifica a intenção de homenagear a actirz, explicando que, “apesar das barreiras da indústria cinematográfica durante aquele período, Hattie Mcdaniel se tornou uma inspiração para as futuras gerações de actores e actrizes de cinema, não apenas para os afro-americanos, mas de todos os africanos, independente de onde quer que residam”.