Festival Angolano de Percussão reúne 50 artistas na 1ª edição

O Palácio de Ferro, em Luanda, será o palco da 1.ª edição do Festival Angolano de Percussão (FAP), um evento que reunirá cerca de 50 percussionistas de diversas regiões de Angola de 11 a 12 do corrente mês

O evento pretende promover e celebrar a diversidade dos instrumentos de percussão angolanos, busca destacar a importância desta rica tradição musical para a cultura e identidade nacional.

Com o lema “Nossa Percussão, Nossa Voz, Nossa Cultura, Nossa Identidade”, o FAP coloca em evidência instrumentos tradicionais como a dicanza, marimba, ngoma e dikixino, trazendo à tona não só a sonoridade única de cada um desses instrumentos, mas também as histórias e as culturas que os permeiam.

A iniciativa é uma celebração das múltiplas influências culturais de Angola, com a participação de músicos de diferentes etnias e regiões do país, todos unidos pela paixão e pela preservação da arte da percussão.

A mentora do evento, Odeth Cassilva, em uma colectiva de imprensa, explicou que o principal objectivo do festival é valorizar a rica tradição percussiva do país, promovendo a preservação e o desenvolvimento desses instrumentos essenciais.

Segundo ela, o FAP busca não apenas resgatar a memória histórica, mas também estimular a inovação e a adaptação dos instrumentos percussivos às novas formas musicais que estão sendo desenvolvidas em Angola. “Queremos mostrar que a percussão é uma parte vital da nossa cultura.

Não se trata apenas de tocar um instrumento, mas de entender a história e o simbolismo que ele carrega. Cada ritmo e cada batida contam uma história do nosso povo, das nossas raízes e das nossas tradições”, afirmou Odeth Cassilva.

O festival reúne 50 músicos, incluindo percussionistas experientes e estudantes, reflectindo a diversidade e a pluralidade de vozes que compõem a cena musical angolana.

Cassilva destacou que o evento também tem o intuito de promover a formação e o aprimoramento técnico dos novos talentos, criando uma plataforma de troca de saberes entre profissionais e iniciantes da percussão.

Participação de Estudantes e Formadores

Além dos percussionistas já estabelecidos, o FAP contará com a presença de estudantes de percussão e formadores, pois o festival visa também incentivar a aprendizagem contínua e a busca pelo conhecimento técnico dos instrumentos.

A mentora afirmou que a participação de jovens músicos e educadores vai gerar um espaço fértil para o desenvolvimento de novas ideias e para a valorização das futuras gerações de percussionistas.

“Este é um festival que une o passado e o futuro. Estamos proporcionando uma plataforma para que os jovens aprendam com os mestres e, ao mesmo tempo, inovem com suas próprias abordagens e experimentações”, destacou.

Espaço de inclusão

O Palácio de Ferro, local que abriga o evento, tem-se consolidado como um espaço de inclusão e experimentação artística. O director do espaço enfatizou a importância de apoiar eventos como o FAP, que contribuem para o fortalecimento das Indústrias Culturais e Criativas em Angola.

Para o director, a realização do festival é uma forma de dar visibilidade a uma das manifestações culturais mais ricas do país e de conectar as novas gerações com as tradições ancestrais da percussão angolana.

“O Palácio de Ferro é um espaço que abraça todas as formas de expressão artística. Este festival é muito mais do que uma celebração da percussão, é uma plataforma de renovação e preservação cultural.

A juventude tem o papel fundamental de reconectar-se com o passado para, a partir disso, construir um futuro mais forte e diversificado em termos de música e cultura”, afirmou o director do Palácio de Ferro.

O projecto

O FAP vai além de um simples evento cultural. Ele é descrito como uma plataforma de desenvolvimento que abrange concepção, produção e técnicas de ensino e aprendizagem relacionadas aos instrumentos de percussão.

O projecto também visa destacar os precursores dessa arte, promovendo o intercâmbio de experiências entre os músicos de diferentes vertentes — da percussão erudita à popular.

Além disso, o festival busca estimular a inovação na forma de utilização dos instrumentos, criando uma ponte entre as tradições musicais angolanas e as tendências musicais contemporâneas. Isso permitirá que artistas angolanos se conectem com outras culturas e explorem novas possibilidades sonoras.

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