Denominada “Ler Paz” que já vai na sua III edição, a Feira do Livro e da Leitura decorre na cidade do Huambo, desde a última Quinta-feira, 5, sob chancela do núcleo do Movimento Lev’arte local, movimenta centenas de leitores entre estudantes, académicos e amigos do livro
POR: Jorge Fernandes
enviado ao Huambo
A mostra de leitura, promovida no âmbito dos 16 anos de paz assinalados no passado dia 4, no seu segundo dia, tem vindo a movimentar vários leitores que buscam conhecimento através dos mais de 500 mil livros disponíveis, de várias livrarias expositoras locais e de outras provenientes das cidades de Benguela e Luanda. O certame visa promover o livro e a leitura, aproximando o leitor aos livros, muitos deles difíceis de encontrar dada a débil oferta de livros que ainda se verifica na província. José Alberto é estudante, e manifestou- se bastante entusiasmado com a feira, pois nela teve o privilégio de encontrar livros para ler e coleccionar, alguns dos quais ligados à ciência do direito, sua área de formação.
Embora lamente os preços praticados, o interlocutor elogia a iniciativa, porque o conhecimento serve para toda a vida e é intrínseco ao homem, investimento indispensável ao desenvolvimento da comunidade onde cada um se encontram, e quiçá o mundo. Anabela Miguel é outra estudante, que embora não se tenha deslocado ao espaço para comprar um livro, que por sinal muito desejava, aproveitou a oportunidade para fazer anotações e ler algumas referências bibliográficas que há muito procura. Por outro lado, salientou que a feira oferece uma chance, sobretudo, aos jovens estudantes, que convidou a aproveitarem para adquirirem leitura e o intercâmbio académico com os livreiros e demais jovens que participam na feira.
Expositores
Graciano Catumbela, coordenador nacional da Associação Movimento Shalon, adstrito à diocese católica de Benguela, revelou que o foco da sua actividade é a promoção do conhecimento que chega por via dos manuais, daí a sua participação ao colocar cerca de 200 livros à disposição dos leitores do planalto central. “Estamos aqui, vindos de uma digressão que escalou Benguela, Namibe e agora o Huambo, para juntarmo-nos a este projecto ‘Ler Paz’, que visa incentivar o gosto pela leitura, a essência e a importância do livro no seio da comunidade académica e não só”, salientou. À semelhança de Graciano Catumbela, o jornalista e autor Victor Hugo Mendes, juntou-se à festa da paz, também proveniente das referidas cidades, numa digressão que denomina do “Conhecimento”, cuja finalidade é promover obras de escritores nacionais e estrangeiros, e à margem do evento, tem realizado palestras motivacionais. “É um trabalho que já costumo fazer e, pelo quarto ano consecutivo, estou a fazer esta tournée pelo país, onde além dos livros, falo na prática para jovens, e não só, sobre vários temas. No primeiro dia, falei aos jovens na Biblioteca Provincial sobre como desenvolver o hábito e o gosto pela leitura e ontem falei sobre motivação e empreendedorismo”.
Chuva força realização da conferência de Poesia
Em virtude das fortes chuvas que se abatem sobre a cidade do Huambo, a organização da primeira conferência Provincial de Poesia, coordenada pelo Movimento Lev’arte foi cancelada, porque estava previsto que a sua realização tivesse lugar a céu aberto. Todavia, Chico Pobre lamentou o facto, enfatizando que estava prevista a abordagem de vários temas entre os quais, a literatura local, o seu histórico e evolução, as novas tendências literárias, a definição da poesia de palco, literatura e suas diferenças, que seriam conduzidas por Keny Xixe Xavier, João Lara e Alberto Kaia.