Um total de 15 estilistas, provenientes de cinco províncias do país, participou na 11.ª edição do Mod’Angola, que acontece a 19 do corrente mês, numa unidade hoteleira em Luanda, sob o lema “Made in Angola”
O evento, de carácter anual, leva às passerelles, pela primeira vez, trajes da estilista Marisa Malongo e Luísa Muinda, representantes da província do Namibe e do Bié, respectivamente, convidadas para abrilhantar o episódio com as suas criações. Entre os profissionais a participarem nesta edição constam ainda nomes como Luzia Feijó, de Luanda, com a colecção “Gigi e Loló”, Zeusa Cacumba, do Cuanza-Sul, com o conjunto “Cacumba”, Angélica Nvula, de Cabinda, com “African Chemise”, e Maurí cio Alexandre, de Benguela, com o trabalho denominado “Viagem”, com os quais pretendem atrair a atenção dos convidados.
Os vários trajes serão exibidos por cerca de 55 modelos, o que vai permitir a exibição daquilo que é a sua mística e a matriz de cada região do país, que culminará com a atribuição do prémio Ouro Negro. Contactado pelo OPAÍS, Daniel Pires, coordenador geral do evento, avançou que, para esta nova edição, se prevê, de forma sublime, providenciar uma chamada de atenção à sociedade, por formas a despertar o interesse, transmitindo confiança sobre aquilo que produção da moda nacional.
“Pretendemos fazer uma chamada de atenção à sociedade, isto é, aos governantes e empresários, de que ainda é possível acreditar na produção nacional. Acreditar que é possível focar no mercado, na indústria da moda, tornar numa experiência exemplar para fazer com que a indústria do ‘pronto-a-vestir’ ganhe cor”, afirmou.
Indústria têxtil
Com uma programação diversificada ligada à indústria têxtil, consta ainda dessa actividade um fórum sobre a indústria da moda angolana, uma actividade que vai contar com a presença de vários representantes do sector no país. Entre os presentes está a Associação da Indústria Têxtil e Confecções de Angola (AITECA), a Textang e a Associação Industrial de Angola (AIA), neste que será um instante para se abordar sobre o mercado, o produto e a capacidade industrial angolana.
Dada a sua pertinência, Daniel Pires acredita que o Mod’Angola é um dos poucos, ou, “se calhar, o único caracterizado por aquilo que é a produção nacional, ou seja, a produção local em que se trabalha primeiramente com os criadores angolanos, que têm feito trabalhos diversificados a fim de promover a cultura do país”. “Na qual os criadores nacionais vêem no Mod’Angola a maior poltrona para a exposição dos seus produtos”, exaltou. Assim, com base nessa matriz, de acordo com Daniel, o foco é defender o fomento da produção nacional e enaltecer os criadores nacionais com um espaço onde consigam apresentar os seus trabalhos, produtos e talentos.
Desafios
O coordenador do evento aponta como principal desafio a questão dos patrocínios. “Está a ser desafiante fazer um evento a nível nacional, em que a grande dificuldade se baseia em encontrar apoios, uma vez que as pessoas estão mais interessadas nas actividades que não agregam valores à sociedade. “Apesar dos poucos apoios, tenho-me motivado cada vez mais a trabalhar para seguir em frente”, contou.
A última edição, realizada em Novembro do ano passado, decorreu sob o lema “Identidade Africana”, em que foram realizadas igualmente actividades como desfiles de criadores da moda angolana, assim como a atribuição do troféu Ouro Negro. Sempre com o mesmo objectivo: promover a moda e os estilistas que desenvolvem a produção nacional.