Uma exposição de arte contemporânea, comemorativa ao centenário de Agostinho André Mendes de Carvalho, de nome artístico Uanhenga Xitu, vai ser inaugurada hoje, 18, no Memorial António Agostinho Neto (MAAN), em Luanda, às 18 horas
Amostra tem como finalidade homenagear o escritor, nacionalista e político angolano, reflectindo a cultura e a história do país através da arte, resultante da iniciativa da Afrikanizm Art e a Face Studio.
Bernardino Medina, consultor de comunicação do evento, disse que serão seleccionadas entre 25 e 30 obras que representem a luta e o patriotismo de Agostinho André Mendes de Carvalho.
As obras vão reflectir as tradições e a cultura angolana, com a demonstração da influência política e social do homenageado, bem como elementos sobre a vida e obra literária do escritor.
“As candidaturas estiveram abertas a todos os artistas que pretendiam juntar-se à homenagem e decorreu durante o mês de Agosto”, esclareceu. A iniciativa, contou, prevê a atribuição de prémios de reconhecimento a três artistas que serão seleccionados por parte da Fundação Uanhenga Xitu, designadamente 700 mil kwanzas para o primeiro classificado, 200 mil para o segundo e 100 mil para o terceiro.
A avaliação, que será feita por um corpo de jurado, vai basear-se na relevância da temática com relação à vida e obra do autor, isto é, a originalidade, criatividade, inovação, abordagem artística, qualidade técnica, habilidade artística, impacto visual e a capacidade de captar e envolver o espectador.
Por outro lado, o CEO da Afrikanizm Art, João Boavida, considera excelente a oportunidade de os artistas brilharem e deixarem a sua marca na história da arte angolana, através da homenagem a uma das grandes figuras do nosso país.
Uanhenga Xitu é o nome do ficcionista de Agostinho André Mendes de Carvalho, nascido em Calomboloca, Icolo e Bengo, a 29 de Agosto de 1924. Era enfermeiro de profissão.
Militante do MPLA, foi preso pela Polícia Política Portuguesa (PIDE) em 1959, por actividades políticas, que visavam a independência de Angola e, de 1962 a 1970, esteve preso no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.
O escritor faleceu em Luanda a 13 de Fevereiro de 2014, por motivo de doença. Ao longo da vida, publicou livros como “Meu Discurso”, “Bola Com Feitiço”, “Manana”, “Os Sobreviventes da Máquina Colonial Depõem”, “O Ministro” e “Cultos Especiais’’.