Nesta que foi a celebração dos seus 150 anos de existência, assinalado no dia 1º do corrente mês, a Biblioteca Municipal de Luanda realizou a “Feira do Livro”, onde expôs obras que compõem o seu arquivo, ligadas à literatura da era colonial e do período pós-independência, no pátio do Governo Provincial
Foram aqui apresentadas diferentes obras que constam do acervo da biblioteca nestes anos de vigência, como o “Jornal do Congo”, o “Diário de Angola” e códices (distingue-se de outros veículos de escrita, como o rolo e a tábua de argila) do século XVI, XVII e XVIII.
A directora geral da Biblioteca, Aldamira Vasconcelos, considerou ser uma indescritível celebração ligada ao “antro” do saber, do conhecimento, da cultura e de história angolana, onde com a sensação de dever cumprido, reiterou a importância da exposição de livros para a celebração desta que é uma das mais antigas bibliotecas da África subsaariana.
“É mesmo indescritível, por ser uma das mais antigas da África subsaariana, contém acervos que nenhuma outra biblioteca tem no mundo, e nós estamos de parabéns por esses 150 anos e temos a consciência de dever cumprido e continuaremos a cumprir infinitamente, até onde der” afirmou em conversa com OPAÍS.
A exposição ficou ainda mais atractiva com a presença de outros expositores, convidados para preencher o evento com as suas variadas obras literárias de autores angolanos e estrangeiro, como a “Editora Mayamba” a livraria “Universo dos livros”, e outras instituições ligadas ao universo literário.
A livraria “Universo dos livros” apresentou ao público obras da área da educação financeira, gramática de Língua Portuguesa, religiosa e de liderança.
Pedro Costa enalteceu a participação da mesma no evento: “Nós trouxemos aqui livros de variadas categorias, assim como os livros bíblicos que não podem faltar por ser um dos mais vendidos no mundo, na qual o nosso maior desafio é atingir as nossas metas e fazer com a sociedade em si tenha o hábito de leitura”, frisou.
O escritor Manuel Pedro Panzo, também presente, aproveitou a oportunidade para fazer à venda e sessão de autógrafos do seu recente trabalho “Os dirigentes dos três poderes de Angola Independente”, um momento que também serviu para a apresentação da obra “O gestor com olhos de águia” do autor António Muessapi.
Os desafios na Biblioteca
No que toca à nova era da digitalização, Aldamira Vasconcelos afirmou estar a ser um grande desafio trabalhar nesse sentido, mas que a organização tem apostado num projecto de informatização das obras mais antigas, já que estão disponíveis mais de 500 obras no formato digital da biblioteca.
Sobre o estado actual da biblioteca, Aldamira disse ser um grande desafio atrair leitores no local, já que tem constatado que a fraca adesão por parte do público deve-se à falta de apreciação da literatura.
Pelo facto, reiterou a continuidade dos trabalhos neste sentido, para divulgar e incentivar o gosto pela leitura e, igualmente, promover mais a biblioteca, ao levar a leitura a todos os cantos do país, no sentido de possibilitar que cada comunidade tenha acesso a um livro.
Novos projectos
Quanto aos novos projectos, de acordo a Gisela Baptista, membro da direcção da biblioteca, a organização prevê a criação de um website, como celebração dos 150 anos de existência, como forma de dar voz às novas transformações para que se possa atrair mais leitores e dar resposta a esta nova era informática e digital.
Uma vez que a sociedade angolana actualmente apresenta um défice no que toca à apreciação dos livros, então a responsável acredita que com essa informatização dos livros e a criação do website, os leitores não precisarão se dirigir ao acervo da biblioteca.