O filme “Cicatrizes”, do actor e realizador angolano Felelé de Papel, depois de ter sido estreado em Luanda, no Palácio de Ferro, foi exibido no último domingo, 04, no Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro”, na cidade do Huambo, e contou com a apreciação de mais de 120 cidadãos
Baseado em factos reais, gravado no município do Huambo e no interior da Umbala, reino do Bailundo, o filme espelha a problemática da aculturação no país. Conta a história de um menino que foi obrigado, pelas circunstâncias da vida, a tornar-se assimilado e transfugir das suas raízes.
Retrata a vivência de Tchisupa, natural do reino do Bailundo, jovem apaixonado pela sua terra natal, pelos seus hábitos e costumes, tem como modelo de vida o seu pai que deseja que o filho conheça a cultura ocidental.
O realizador avançou que os objectivos desta produção foram alcançados, à medida que o público recebeu satisfatória e positivamente o filme, sendo que o espaço foi considerado ‘pequeno’ para acolher os demais cidadãos que não tiveram acesso à sala. “A exibição do filme foi um sucesso, foi muito bem recebido e apoiado, graças a Deus.
Teve lugar no Centro Cultural Manuel Rui Monteiro, contou com a participação de mais de 120 pessoas. O elenco todo esteve lá, foi um evento muito bonito, muito participativo, marcante”, sublinhou.
Segundo Felelé, a apresentação do filme foi ainda marcada com a mostra oficial dos vídeos clipes do renomado músico Bessa Teixeira, com as músicas “Celina Me Bates Por Quê”, “Somos Todos Angolanos”.
E, com o mesmo espírito, estreou-se também o vídeo clipe da Preta Francisco, “Mulher Rei” e do músico Drax, “Aleluia”. “Todos estes músicos pertencem à ANIMISIC, que foi o nosso grande parceiro na produção do filme, e que também apoiou e fez parte da produção deste evento. Ou seja, o evento todo da estreia foi produzido pela ANIMISIC, ANIMAR e a Geração Literária Pedaços de Papel”, contou.
Estreia em Luanda
Na capital do país, Luanda, disse o realizador, a estreia, de igual modo, foi bem recepcionada pelo público, uma vez que foram alcançados os objetivos do ponto de vista quantitativo e qualitativo, com a participação de mais de 110 cidadãos no recinto do Palácio de Ferro.
“A organização esteve à altura da dimensão da própria actividade e o feedback, que é a reacção do público, também foi positivo, tanto mais que o próprio público em si pediu uma segunda sessão e uma segunda parte do mesmo filme.
Também foi bom porque, de certa forma, as pessoas que ‘abandonaram’ o Huambo e, propriamente, o Bailundo, há muito tempo, tiveram a oportunidade de assistir ao filme e isso fez com que revivessem os seus hábitos e costumes”, descreveu.
Quanto às próximas exibições, Felelé disse que vão analisar profundamente os resultados destas duas apresentações, para depois poder definir um organograma e levar o filme a público. Antes mesmo, conta, o filme vai ser reeditado, por conta de sugestões recebidas em ambas as províncias.