Mais de 50 cidadãos, entre angolanos, portugueses e de outras nacionalidades, vibraram com a apresentação do monólogo “Provavelmente Saramago”, apresentado pelo actor brasileiro Vinícius Piedade, no auditório do Camões – Centro Cultural Camões (CCCP), em alusão às comemorações do centenário do escritor português José Saramago
Quanto à vida de Saramago, Vinícius disse representar criatividade, exuberância, recreação de sentidos, ressignificância do óbvio, com uma leitura social de maneira afectiva e não mecanicista.
“Olha-se para os conceitos mais humanizantes possíveis, as suas obras nos remete a isto, bem como os seus discursos quando em vida também. Por isso, decidimos criar uma dramaturgia que falasse sobre a vida e obra de José Saramago”, esclareceu.
O dramaturgo brasileiro, que se descreveu como um dos fãs de primeira linha das obras do escritor, avançou que a peça surgiu em Luanda, sem querer, quando, em companhia de Paulo dos Reis, em uma das actividades de rotina, discutiram sobre vários temas, chegando a um ponto comum sobre Saramago.
Sobre o espectáculo teatral, a responsável pela programação CCCP, Sara Fonseca, referiu também que contou a história de um actor que, após ser dispensado num casting para um filme ficcionado sobre Saramgo, decide montar um espectáculo de teatro onde, ao mesmo tempo, expressa a sua decepção com o cinema.
Deste modo, decidiu partilhar as suas interpretações sobre a vida e obra de Saramago, assim como rascunhos de encenações em torno de alguns dos seus romances.
Celebração do centenário
A referida peça, com a direcção de Paulo Campos dos Reis, conta, enquadra-se nas come morações oficiais do centenário de nascimento de José Saramago, que se assinala a 16 de Novembro do corrente ano.
Nesta primeira actividade, avançou Sara Fonseca, aproveitou-se a presença do actor brasileiro em Luanda para apresentação de um de seus trabalhos. “José Saramago é o Prémio Nobel Português, está tudo dito.”, salientou
O legado de saramago
Entre os presentes no espectáculo, Fábio Afonso, volvido no campo cultural, referiu que através da presente exibição foi possível a percepção daquilo que foi o legado do escritor, na sua forma de escrever.
“E chamou-me atenção por ser demonstrado apenas por um actor. Estou acostumado em ler nos contos, poesias, entre outros, mas em teatro foi muito bom”, disse.
A responsável do projecto Literartes, Alzira Simões, de nacionalidade portuguesa, mostrou-se expectante em poder acompanhar outra leitura da figura de Saramago, depois de ter assistido ao monólogo, que considerou ter sido bem representado pelo actor.