Momentos entusiásticos ficaram registados durante o acto de homenagem ao músico Elias Dya Kimuezo na passada sexta- feira, 10, testemunhado pelo ministro da Cultura, Filipe Zau, que compactou com a diligência realizada em Luanda na segunda edição do “Mestres do Semba”
O evento teve a participação de vários artistas fazedores do Semba, que interpretaram as canções do “rei” como forma de honrar as suas composições. Como suporte para as apresentações em palco, o primeiro momento de actuação coube à renomada “Banda Movimento”, que acaloraram a gala com as suas apresentações nostálgicas, interpretando canções como “Xamavo” e “Luimbi”, nas vozes de Massoxi (voz e coro), Beth Tavira e Dorgan Nogueira (no coro).
Seguidos de Calabeto e Carlos Lamartine, que com a banda abrilhantaram o palco, dando lugar a Alisson Paixão, que interpretou “Kalunga Nguma”, tendo considerado ser uma grande honra, como jovem, poder homenagear e fazer parte da actividade em celebração ao “rei”. “Para mim é uma honra poder fazer parte desta homenagem, e aproveito para desejar vida longa ao rei Elias, por tudo que fez pela nossa cultura e por ajudar a passar o testemunho para os mais jovens” reiterou. Naquele mesmo palco passaram ainda outras vozes renomadas da música angolana como Patrícia Faria e Voto Gonçalves.
Quem prestou honras ao rei Elias foi o cantor e escritor Dog Murras, que marcou presença no evento como “voz das novas aspirações da cultura angolana”, e frisou serem importantes homenagens como estas, em que se valorizam os artistas para a preservação da cultura e da identidade cultural. Atribuição de diploma de mérito A ocasião foi solidificada com a entrega de diploma de mérito ao homenageado, feito por Felipe Zau, juntamente com a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, que apreciaram o momento com grande simpatia. Ao falar durante a noite, o ministro considerou o acto feito para honra do rei Elias como um importante contributo para o desenvolvimento de um dos estilos de referência nacional, que tem conquistado um grande espaço na música internacional.
“Esta é uma homenagem para quem continua a criar a música de referência angolana, nomeadamente daquilo que foi o merengue, o Semba, e a cultura tem essa coisa, ela se renova a si própria, melhora, mas não perde a identidade. Isso porque, de certa maneira, a identidade desta música que nós fazemos começa a chegar real- mente com a rítmica e a conquistar o seu espaço internacionalmente”, frisou.
Em relação à internacionalização do Semba, Felipe Zau reiterou ser um estilo caracterizado pela própria identidade, que está a granjear o mundo, conquistando os dançarinos, quer africanos quer europeus, dançando o Semba como se dança o Kuduro e a Kizomba. Ainda sobre a homenagem, Zeca Moreno, presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores – Sociedade de Autores (UNAC- SA), afirmou ser merecida ao mais-velho e rei da música urbana angolana, apreciada na perspectiva cultural.
“Faz muito bem homenagearmos às pessoas enquanto estão vivas, e então nós reiteramos a organização desta merecida homenagem a Elias, que tem a ver com o Semba, para se tornar no património material”, acrescentou. O presidente da UNAC-SA reiterou ainda a necessidade de olhar para os trabalhos que têm sido feitos para tornar o Semba ‘imortal’, um género de música e também de dança, que nasceu em Angola, matriz dos angolanos e continuará a sê-lo pela responsabilidade de proteger e defender este grande património nacional.