Durante um concerto realizado no último sábado,22, no Palácio de Ferro, em Luanda, a dupla avançou, em exclusivo ao OPAÍS, que a Extended Play, conhecida abreviadamente por EP, vai trazer uma mistura de ritmos e estilos puramente africanos, representando a elevação da “alma artística” do continente berço.
Judeth, a mais nova da dupla (com 18 anos), adiantou que a EP vai ser reflexo das viagens sonoras que têm feito nos vários ritmos africanos, nos últimos anos, assim como da maturidade artística que foram adquirindo ao longo dos anos, fruto das experiências carregadas nos seus mais de 10 anos de carreira musical.
“Nós temos procurado explorar os vários ritmos, as várias musicologias que África tem e pretendemos apresentar isso ao pessoal.
Vamos apresentar a nossa nova versão Judeth e Ester enquanto artistas, não apenas enquanto fazedoras de música, mas fazedoras de arte de forma transversal”, disse a jovem.
Referiu que, doravante, os seus trabalhos serão repletos de uma mistura de ritmos musicais, desde clássicos aos folclóricos, como jazz, batuku, zouk, kilapanga, trap, afrohouse, kizomba, Zulu, entre outros.
Ester, a mais velha (com 23 anos) frisou que pretendem revolucionar a sua carreira, trazendo uma nova roupagem aos seus estilos habituais, mergulhando em novas formas de expressão musical enquanto artistas promissoras.
“Nós vamos misturar ritmos de várias partes de África, mas sempre com aquele toque de angolanidade”, assegurou a jovem.
A mesma sublinhou que o foco é trazer uma versão da dupla mais revolucionada e diversificada em termos de estilo artístico, mas sem perder a essência.
“O nosso foco é revolucionar-nos a nós mesmas enquanto artistas e, neste trabalho, vamos trazer muita coisa interessante”, assegurou.
Concerto “africaníssimo”
Naquele que foi o primeiro concerto da dupla no Palácio de Ferro, as meninas da dona Anacleta, como é conhecida a mãe da dupla, decidiram homenagear o continente africano e os seus artistas, dandolhe a denominação de “Concerto africaníssimo”, com a intenção de apresentar, em alta performance, a musicalidade africana nos seus mais variados estilos.
Em palco, as meninas do Sequele abriram o concerto com o tema “Papa vuadiame”, uma singela homenagem ao avô materno, Zé Keno, antigo membro do conjunto Jovens do Prenda. Seguiram-se depois outros temas interpretados como “mbiri mbiri” e “xikela”.
Houve ainda o pequeno intervalo na actuação da dupla para dar espaço à Odeth Cassilva, que brindou o público com sua peculiar performance, instrumentalizando os ritmos folclóricos só com um batuque tradicional e a sua potente voz.