O primeiro documentário procura traçar a História entre o 25 de Abril de 1974 e 25 de Novembro de 1975, tal como ela foi sentida pela equipa que, ao longo deste processo, foi ao mesmo tempo espectador, actor, participante, mas que, sobretudo, se encontrava comprometida com o processo revolucionário em curso.
Por sua vez, o segundo trabalho narra os factos ocorridos entre 1961 e 1974, onde 100 mil jovens portugueses partiram para a guerra nas ex-colónias. No mesmo período, outros 100 mil saíram de Portugal para não fazer essa mesma guerra.
Em relação aos que fizeram a guerra, de acordo com o documento enviado a este Jornal, já muito foi dito, escrito e filmado. “Em relação aos outros, não existe nada, é uma espécie de assunto tabú na nossa sociedade.
Que papel tiveram esses homens que “fugiram à guerra” na construção do país que somos hoje? Que percursos fizeram? De que forma resistiram?”, Lê-se no documento.
No fim de cada exibição, Rui Simões vai conversar com os presentes para melhor esclarecimento das temáticas. O autor iniciou uma relação profissional com o cinema na Bélgica, como fotógrafo de cena.
Mais tarde, em 1974 e em Portugal, Rui Simões começa a sua actividade cinematográfica, ao realizar duas longas-metragens cinematográficas documentais e três curtas-metragens sobre a realidade portuguesa da altura. A sua primeira obra foi a longametragem de ficção, tendo tido estreia no IndieLisboa em 2023. Em 2024, recebeu o Prémio Sophia Carreira.