Os trajes ousados, que dominaram os vários momentos, foram confeccionados pelos alunos da academia, nomeadamente; Adalgisa Dinis, Mahú Nazaré, Sara Sebastião, Teresa Nzangui, Raquel (cubanita). Segundo a estilista, as peças exibidas foram produzidas durante o processo de aprendizado com os alunos, que durante meses se dedicaram para que os trajes fossem concluídos com êxito.
“Começaram por ter uma ideia, depois puseram no papel, a seguir foram atrás dos materiais necessários para a confecção, seguindo-se a modelagem e, por fim, passaram para o processo de produção”, explicou.
Nestes 10 anos de trabalho, conta, cerca de 159 formandos passaram pela Arte Fashion, apesar de alguns não terem dado continuidade à carreira. Com a dinâmica no mercado, Dina Simão sentiu a necessidade de aprimorar ainda mais a academia, além da atribuição de diplomas e certificados pelo INEFOP, dando-lhes a qualificação a nível internacional.
“A criação da Art Fashion foi através da imensa vontade que tinha em poder ajudar outras pessoas que gostariam de aprender a ser costureiras ou modelos, com dificuldades em fazer esta formação”, disse a também apresentadora de televisão. A apresentadora realçou que o esfile foi o momento mais marcante nestes 10 anos da academia, por poder ver os jovens formados, capazes de fazer o trabalho de forma independente.
Alunos de vários pontos do país
Para além de Luanda, segundo a estilista, outros formandos são provenientes de outras províncias, como Namibe, Benguela, Malanje, Huambo, para a realização desta formação que muito desejam. A estes, que tiveram de arranjar um espaço de alojamento durante o processo de formação, mereceram um pacote especial, com a realização de aulas intensivas, de Segunda-feira a Sábado, por formas a ficarem menos tempo em Luanda.
Convidados enaltecem iniciativa
Durante as comemorações estiveram patentes duas exposições, como forma de representação do trabalho das alunas de corte e costura (estilismo) e das formandas de artes e ofícios. Nesta mostra podia-se observar vestidos, quadros, bolsas de pérolas, colares, pulseiras entres outros acessórios.
O administrador de Talatona, José de Oliveira Bastos, parabenizou a apresentadora pela iniciativa, tendo-a desafiado a realizar um evento do género, no próximo ano, para celebrar os 50 anos de Independência Nacional.
O governante garantiu que a referida administração dará o apoio para a realização do mesmo. “Desafio a Dina a realizar um evento como este, em comemoração dos 50 anos de independência do país, com a participação de cerca de 200 a 300 modelos.
A administração local dará total apoio para a realização da mesma”, garantiu. Ainda no evento, o responsável da Hadja Models, Hadjamar El Vaim, referiu que apreciou os trajes apresentados, sendo que alguns ilustravam tecidos com pinturas africanas, como máscaras cokwe e o imbondeiro.
“Achei muito ousado e criativo, pareciam tão simples, eram vestidos brancos com tintas pretas, mas os traços tinham um toque muito artístico. Foi a nossa identidade trazida de uma forma peculiar e simples”, disse.
Hadjamar enalteceu ainda Dina Simão pela realização do evento, numa altura em que têm havido poucas actividades do género, devido a situação que o país vive, a nível financeiro.
“Nós sabemos que a moda acaba por ser uma forma de expressão da sociedade, e a mesma vai tendo menos eventos como reflexo daquilo que o país está a viver”, disse o CEO da Hadja Models”.