Os museus são espaços que transbordam valores, preservam um passado e memórias para divulgação de conhecimentos. São instituições culturais, cuja missão é manter viva a história e a cultura de um povo ou nação
Geralmente, são erguidas em infra-estruturas que carregam um peso histórico, combinando com a sua missão e valores. Em Angola existem mais de 10, nalgumas províncias do país, que ilustram o acervo que os compõem, para transmissão de conhecimento da nossa história e cultura.
Em Luanda, podemos encontrar o Museu Nacional de História Natural, o Museu Nacional de Antropologia, o Museu Nacional da Escravatura, Museu da Moeda, o Museu de História Militar, situa- dos no centro da cidade, em zonas urbanas como Mutamba, Kinaxixi, Maculusso, estando apenas um deslocado da cidade, situa- do na zona do Morro dos Veados, distrito dos Ramiros.
Os aspectos culturais e históricos de Angola são ainda retratados e conservados no Museu do Dundo, na província de Lunda Norte, no Museu Nacional de Arqueologia, na cidade de Benguela, no Museu Regional da Huíla e no Museu Etnográfico do Uíge. Numa ronda feita pela equipa de reportagem do Jornal OPAÍS, pôde-se constatar de perto a realidade de alguns museus da província de Luanda, aprender sobre o seu percurso histórico, bem como as actividades desenvolvidas por estas instituições.
O Museu Nacional da Escravatura está situado na zona do Morro dos Veados, bairro Benfica, no KM 23, junto à Estrada Nacional nº 100. Uma das dificuldades que enfrenta é a falta de abastecimentode água da rede pública, conforme explicou o director, Vladimir Fortunato. Apesar de ser um dos museus que mais acolhe visitantes em Luanda, não beneficia de água da rede pública, uma situação que tem criado inúmeros constrangimentos aos visitantes e aos próprios funcionários. “Não temos água corrente e somos obrigados a recorrer às cisternas de camiões, para poder manter o espaço funcional. Esta situação dificulta o normal funcionamento do espaço”, revelou.
Segundo o director, uma outra situação que tem causado inúmeras dificuldades, é o reduzi- do número de funcionários que o espaço tem para atender à de- manda. Nesta instituição trabalham 10 funcionários, sublinhando que o museu conta com apenas dois guias para atender dezenas de visitantes que acorrem àquela residência histórica, diariamente.A instituição com forte pendor histórico-cultural, existente há mais de 40 anos, recebe em média diária pouco mais de 50 visitantes.
Vladimir Fortunato explicou que o número de visitantes tem estado a aumentar consideravelmente, sendo que a maioria são alunos do ensino geral, que mais visitam o espaço, bem como cidadãos estrangeiros que ao chegarem ao nosso país, se interessam pela história sobre a escravatura. “Nos últimos anos, a instituição não tem beneficiado de quotas de concurso público de ingresso de novos quadros para poder reforçar o número de funcionários. Trabalham aqui apenas 10 pessoas que garantem o funcionamento da instituição, incluindo o pessoal da limpeza”, disse.
POR: Bernardo Pires