Esta posição do responsável foi defendida por ocasião do Dia Internacional dos Museus, assinalado no passado sábado, 18, numa actividade realizada no dia anterior na referida instituição de caracter público, que decorreu sob o lema “Museus, Educação e Investigação”.
Ilunga André disse que os espaços museológicos, além de guardarem os acervos que retratam a memória colectiva de um povo, estão voltados à investigação científica nos diversos domínios.
Pelo facto, considerou o museu como uma extensão escolar, por permitir aos estudantes um contacto com os meios, assegurando o aprofundar da componente prática dos elementos teóricos que aprendem nas instituições de ensino.
Por ocasião da efeméride, o responsável falou ainda sobre a existência de espécies em via de extinção, tendo destacado que os museus, no âmbito das suas políticas, podem conservar e proteger estas espécies, o que considera possível com o esforço do Governo e outros sectores em potenciar estes espaços.
Apelou à preservação dos museus, dada a relevância que estes possuem para a vida da comunidade, particularmente para os académicos e pesquisadores, e por exercerem as funções de educar, formar e informar a sociedade.
O director lembrou que o Governo angolano, por via do Instituto Nacional do Património Cultural, em colaboração com o Ministério da Cultura, desenvolve o “projecto de renovação dos museus”, onde tem levado a cabo a requalificação de alguns espaços museológicos do país.
Segundo informações, a modernização abrange o Museu Nacional da Escravatura (Luanda), do Dundo (Lunda-Norte) e de Mbanza Congo (Zaire), com destaque na digitalização, tendo em vista os desafios do futuro, visando impulsionar a transformação e adaptação à velocidade com que se dá à transição digital.
Esta estratégia, disse Ilunga André, já permitiu a reabilitação do Museu de História Natural que aguarda por uma renovação. “As políticas de renovação dos museus não passam apenas pela melhoria das infra-estruturas, mas também pela própria exposição permanente, renovando a exposição, o cenário ou cenografia, a informação, a iluminação, criando banco de dados ligados ao registo dos acervos e um leque de actividades inseridas neste projecto”, avançou.
Visitas aos museus
Quanto à instituição que dirige, relativamente à questão de atracção de mais visitantes, mencionou as exposições de curta e longa durações, as acções ligadas à educação e animação cultural com as escolas e outros.
O responsável avançou ainda que, por ocasião do Dia Internacional dos Museus, o museu de História Natural, pela primeira vez, colocou à disposição do seu público algumas espécies de anfíbios e peixes conservas em líquido, por levarem mais tempo para a sua deterioração quando conservados na água.
Dia Internacional dos Museus em Angola
A celebração da data é feita desde o dia 18 de Maio de 1977, por proposta do Conselho Internacional de Museus (ICOM – na sigla em inglês), organismo da UNESCO com o objectivo de conscientizar o público em geral sobre o papel dos museus no desenvolvimento das sociedades.
A sua celebração pode durar entre um dia e um mês, tendo sempre como objectivo reunir à volta do slogan “os museus são importantes como meio de intercâmbio cultural, de enriquecimento de culturas, do desenvolvimento, da compreensão mútua, da cooperação e paz entre os povos”. Em Angola, as festividades começaram há uma semana, marcada pela realização de um leque de actividades que vai culminar com uma exposição de diversas espécies.