O livro publicado pela Triangularte Editora, intitula-se “Ego do Fogo”, é o sétimo de poesia do escritor inserido na colecção Ohandanji.
POR: Augusto Nunes
“Ego do Fogo” o sétimo livro de poesia do escritor David C a p e l e nguela, será apresentado hoje às 16 horas, na sede da União dos Escritores Angolanos, em Luanda, pelo também escritor e crítico literário, Luís Kandjimbu. O livro com 105 páginas, divide- se em duas partes, é o 14º do escritor e está inserido na colecção Ohandanji. A obra começa por abordar questões ligadas ao amor e termina com assuntos do quotidiano social, sobretudo o sofrimento do povo angolano. Em conversa com OPAÍS, o escritor referiu que o livro “Ego do Fogo” é uma produção poética que tenta temperar um pouco aquilo que é o normal na sua forma de escrever. “Ego do Fogo” é, no seu entender, uma produção poética que tenta temperar um pouco aquilo que é o normal na sua forma de escrever.
A tendência, segundo o interlocutor, é a sua inclinação de forma mais profunda às questões relacionadas com a antropologia: os adágios, os provérbios, as adivinhas, entre outras. O escritor salientou que a obra “Ego do Fogo” tentou fazer uma rotura com isso, muito embora de forma emética, e procurou ir um pouco mais na perspectiva do amor, da aproximação, do carinho, do perdão, não deixando de olhar para as questões sociais: a maneira como o angolano vive no seu dia – a -dia. O autor procurou ainda desalinhar de forma intencional alguns poemas que deviam estar no capítulo do amor para não fazer que os leitores sigam um único ritmo de leitura, dizendo eu: “aqui não vou passar do amor ou não vou passar para as questões de crítica social, mas quando menos espera, encontra um poema diferente”, disse. David Capelenguela admite que tem sido gratificante, e esta é uma maneira de mostrar ao público amante da literatura (poesia), aquilo que lhes vai na alma, o nosso dia-dia de intervenção na literatura. “Demos a nossa contribuição, porque gostamos de escrever, de nos identificar com a causa de Angola, de África, do mundo, do cômputo geral, e do cômputo particular as questões da minha condição da identidade cultural angolana. Sinto-me regozijado e julgo que a este nível estou a dar a minha contribuição”, sublinhou.
O escritor
Natural da província da Huíla, David Capelenguela, é membro destacado da União dos Escritores Angolanos (UEA), e um dos escritores angolanos a viver fora dos grandes centros do país. É autor de várias obras poéticas, das quais, “Planta da sede”, 1989, “O enigma da Welwitschia”, 1997, “Rugir do crivo”, 1999, “Vozes ambíguas”, 2004, “Acordanua”, 2009. Participou nas Antologias poéticas da Brigada Jovem de Literatura Angolana da Huíla, em 2003 e no Namibe, em 2008, com os textos “O sabor pegadiço das impressões labiais” e “Dunas de Calahari”.