O II Simpósio Nacional de Crítica Literária, que contou com a participação de várias entidades ligadas ao universo literário vindas de diferentes pontos do país, realizado no último dia do transacto mês, Agosto, na União dos Escritores Angolanos, permitiu aos participantes analisarem a temática minuciosamente
Realizado no âmbito das actividades comemorativas ao centenário do escritor e nacionalista Uanhenga Xitu, foi constituído por quatro mesas de discussões literárias. Na primeira, abordou-se a ‘Análises Literárias e Interprovincialidade’ pelos prelectores Fernando Tchacupomba (Benguela), Isabel dos Santos, Luísa Samuel, Henriques Fortuna e Aires Fernando (Cuanza-Sul).
Já na segunda, falou-se sobre a ‘Crítica Literária, Prémios e Autores’, tendo como prelectores David Calivala, AC Khamba, Jeremias Manuel, e Hamilton Veno Kanya. Segundo Khilson Khalunga, que fez a moderação neste actividade, debateu-se sobre a importância da crítica literária como defesa de uma literatura mais madura.
“O crítico literário AC Khamba defendeu maior implementação de prémios literários no país, e mais valorização aos mesmos para o bem da instituição literária angolana”, sublinhou. No momento seguinte, explicou, falou-se do ensino da Literatura em Angola, com a intervenção de Sabino do Nascimento, Armando Maria e Joaquim Martinho.
“Para o prelector Armando Maria, seria bom, para o que se exige hoje, rever a grelha curricular do curso de Letras, pois muitos estudantes olham a Linguística como uma forte área de saída em relação à Literatura, por causa do factor saída profissional, que não é tão visível e requisitado em concursos públicos no país”, destacou.
No referido Simpósio, debateu-se ainda sobre ‘Políticas Culturais, Políticas Educativas e Imprensa Cultural’, tendo como preletores José Luís Mendonça, Estevão Ludi, Edmira Cariango, Domingas Monte e Mabanza Kambaca. Khalunga referiu que se discutiu bastante sobre “morte da crítica literária”, por terem notado a não existência de espaços para publicação de textos de crítica literária, subtendendo-se que muitos discursos críticos morrem depois da comunicação.