Talento, criatividade, imaginação, novidade, entre outros, são alguns dos critérios que qualificam a Companhia Teatral Horizonte Njinga Mbande, que se prepara para abrir o novo 2023, com novos espectáculos assim como prosseguir com os ciclos formativos relacionados às artes cénicas
O enredo “A Sogra” vai marcar a abertura do ano teatral da Companhia Horizonte Njinga Mbande, que se prepara para apresentar entre os dias 6 e 8, no seu auditório em Luanda, a aludida peça com sessão única no primeiro dia, às 20:15, aos passo que nos dias subsequentes em duas sessões, designadamente, às 19:15 e às 21:15. A obra retrata a história de uma jovem, Paula, que casa com Mauro, um jovem que não é aceite pela sogra, Dona Mariana, pelo facto de este não ter condições dignas, sobretudo financeiras, para dar à sua filha.
Entretanto, a viver em casa da sogra, o jovem não vê chegar a hora de se desfazer dela por ser perseguido sem trégua. Esta relação tumultuosa entre o genro e a sogra é o mote da peça, uma prática inspirada no dia-adia de várias famílias angolanas e não, em que na perspectiva da sogra, o genro não serve para a filha, enquanto para o jovem a sogra devia morrer para ele ter alívio e viver mais tranquilamente ao lado da sua companheira.
Em declarações ao jornal OPAÍS, o actor Galiano da Rocha salienta que as condições estão preparadas para o arranque do ano em grande, a medida que pretendem superar o sucesso de bilhética registado antes das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, que obrigou o encerramento das salas de espectáculos.
“Podemos considerar que apesar das limitações tivemos um ano positivo, porquanto conseguimos fazer algumas estreias, se a comparar com o ano anterior, em que não tivemos moldura humana considerável, mas acreditamos que podemos superar este ano com os trabalhos que temos em perspectiva”, destacou.
Espectáculos e Formações Depois da estreia da peça “A Sogra”, a companhia Horizonte Njinga Mbande espera continuar a apresentar mais espectáculos, assim como realizar acções formativas que envolvam workshops, seminários, troca de experiências no domínio das artes cénicas. “Tinha em meta antes da Covid-19 passarmos a mensagem através da arte em algumas províncias, como Benguela, Malanje e Lunda-Sul, mas por força da pandemia fomos obrigados a cancelar. A meta é precisamente reactivar esse plano, bem como sair do centro de Luanda para os demais municípios, não só com teatro, como também com formação na vertente do nosso trabalho”, perspectivou.
Concorrência Questionado sobre o surgimento de novos grupos, Galiano da Rocha considera satisfatório na medida em que não estão a trabalhar para concorrer com agremiação alguma, pois o seu objectivo é a demonstração do seu trabalho com afinco e para o engrandecimento da cultura nacional.
O grupo Fundado em 1986, 36 anos de trabalho em prol do desenvolvimento, preservação e divulgação dos hábitos e costumes do povo angolano, a Companhia de Horizonte Njinga Mbande é dos mais representativos do país, de Luanda em particular, com um portefólio de várias obras encenadas.
A obra em cartaz conta com direcção artística de Adelino Caracol, cenografia de Mário Sá Pinto, assitência de Aldemiro Benjamim e interpretam as cenas os actores David Enoque, José Galiano e Madalena Kaparacata. Para o próximo mês de Fevereiro deverão estrear a peça “Mil Mulheres e uma Palavra”, em alusão ao dia dos namorados.