O projecto que consiste na crítica de obras literárias, realizada, recentemente, na União dos Escritores angolanos (UEA), desta vez, girou em torno da obra de romance policial intitulada “A Banca”, de autoria de Jeremias Manuel, lançada em 2019, marcando, desse modo, a abertura das actividades referentes ao ano 2023.
A prelectora do encontro, Edmira Manuel, falou sobre a estrutura do livro, o conteúdo, fazendo uma incursão histórica sobre a situação do romance policial em Angola.
Apontou o autor como uma das vozes mais sonantes do romance policial no país, com três obras lançadas no mercado. Pelo facto, acredita haver um crescimento na produção deste género literário no país.
“Mostramos resultados da pesquisa, e dizer que nós temos a produção de romance policial, que é escassa em Angola.
Temos, actualmente, menos de 10 obras, temos autores como Pepetela que começou com a produção de romance policial em Angola”, apontou a também revisora e crítica literária.
A obra
Lançada em 2019, a obra de ficção policial desenvolve uma narrativa em torno da ameaça de divulgação de um relatório que atesta a real conjuntura financeira em que o país se encontra(va).
Este resultado de uma gestão danosa do Banco Nacional, que dava origem a uma perseguição sem precedentes, com o objectivo de silenciar o autor do relatório.
Dado conter importantes dados secretos, que comprometem a imagem do país no exterior, o agente Teixeira lança mão de todos os recursos para impedir a divulgação dessa informação confidencial e reservada do Estado.
Uma corrida desenfreada contra o tempo, envolvendo chantagem, traição e morte, de Cabinda a Lisboa, passando por Zurique e Nova Iorque.
Uma ficção policial de “cortar a respiração”, numa acção que decorre em 24 horas.
O Movimento Litteragris
É uma agremiação artístico-literária juvenil, com um pendor de academia, fundada em 2015, no salão nobre da UEA.
Esta nasce da necessidade de se ampliar os espaços de transmissão de conhecimentos literários.
Por força, a sua maior actividade são as aulas de Filosofia e Arte, Introdução aos Estudos Literários, Língua Portuguesa, Literatura Angolana e Análise Literária, realizadas aos Domingos.
É o primeiro Movimento Juvenil de Angola a definir uma poética comum, consubstanciada na fusão de escolas literárias angolanas com o surrealismo, concretizado através de uma linguagem algo simbólica, procurando, assim, pintar uma proposta estética diferente no quadro da literatura angolana.
Os seus membros são frequentemente convidados a palestrar por outros Movimentos Literários Juvenis e organizações afins.