A construção do Museu do Cinema e das Imagens em Movimento, na cidade capital, Luanda, marcará no próximo ano, 2025, a celebração da rica história e percurso da Sétima Arte, no país, segundo revelou o ministro da Cultura, Filipe Zau.
Estudantes, pesquisadores, cineastas, amantes do cinema e da Sétima Arte poderão assim caminhar pelos corredores do referido edifício já reabilitado, e dali deleitarem os adereços, figurinos e recordações icónicas de filmes clássicos.
Novas estruturas, como áreas de exposição interactiva, salas de projecção de alta tecnologia e espaços multifuncionais, serão adicionadas de modo a complementar e a não colidir com a arquitectura actualmente existente.
Ao intervir no acto que marcou o lançamento da Primeira Pedra de Reconversão do Cine Alfa 1 e 2 em Museu do Cinema e das Imagens em Movimento, o ministro da Cultura, Filipe Zau, considerou que a construção desta imponente infra-estrutura representa não só o maior apreço do seu pelouro por esta forma de arte, mas também a preocupação com a preservação do seu legado para as gerações vindouras.
O governante recordou que o Museu, para além de Cinemateca, servirá também como um Centro de Capacitação para os estudiosos e entusiastas do cinema e do audiovisual, de modo a se envolverem com entusiasmo nesta forma dinâmica e atraente de fazer arte.
Filipe Zau sublinhou que esta será uma homenagem aos visionários que, por detrás das câmaras, moldaram o programa do Cinema Nacional ao longo dos anos: os realizadores, produtores, actores e vários outros profissionais, por terem permitido sonhar e terem elevado o nome de Angola em eventos internacionais, ao participarem e alcançarem, alguns deles, distinções relevantes.
O dirigente salientou que, desde o primeiro filme rodado no país, intitulado, “O Caminho de Ferro de Benguela”, produzido em 1913, durante o período colonial, passando pela peça “O Miradouro da Lua”, já produzido em 1992, até outras obras mais recentes, o Cinema angolano sempre contou com profissionais dedicados, na sua maior parte movidos apenas pela paixão do cinema, ou pelo amor ao país a que pertencem.
“Nomes sonantes, entre outros, como António Óle, Irmãos Henriques, Orlando Fortunato, Zezé Gamboa, Maria João Ganga e a nova geração de realizadores, como, Mawete Paciência, Henrique Narciso “Dito”, Hochi Fú e Jorge Cohen, têm neste projecto a razão do seu funcionamento”, ressaltou Filipe Zau.
O espaço
O edifício emblemático, com grande valor histórico e cultural para a cidade de Luanda, tem duas salas de cinema que coabitam, nomeadamente Alfa 1 e 2, as últimas construídas no período colonial, e envergam, deste modo, uma estrutura mais recente que as demais salas de cinema, por fazerem parte da Rede Nacional de Infra-estruturas Culturais.
Esta estrutura será agora reabilitada para dar lugar a um edifício moderno, mas serão mantidos distintivos matriciais, como a fachada, detalhes ornamentais e características arquitectónicas originais, que caracterizam a sua identidade. Para criar uma experiência contemporânea e funcional, elementos modernos serão harmoniosamente integrados ao design original.