Em declarações ao OPAÍS, a organização justificou que foi forçada a optar pelo adiamento pelo facto de, muito em cima do tempo, a direcção do centro cultural declinar a disponibilidade do local para acolher o evento, alegando não estarem criadas, ainda, condições técnicas suficientes para garantir a realização da actividade com a qualidade necessária.
“Infelizmente, por conta de problemas técnicos que o local que iria acolher o evento apresenta, fomos obrigados a adiar esta actividade para 17 a 29 de Maio do ano em curso”, informou o director executivo da Bienal, o escritor Nituecheni Africano, assegurando que estão já a trabalhar na criação de todas as condições para garantir o êxito da actividade na data remarcada.
O organizador adiantou que, de modos a evitar novamente alguns constrangimentos, foi também mudado o local do evento que passará agora a decorrer no pátio do supermercado Shoprite, situado no centro da cidade do Huambo.
Entristecido com a situação, o organizador alega ter existido falta de vontade e interesse “omissos” por parte da direcção do Centro Cultural do Huambo que, segundo explica, não detalhou quais eram exactamente os problemas técnicos que fariam com que a actividade não fosse realizada, apontando as “questões políticas” como a principal razão destes, a menos de 48 horas do arranque do evento, mostrarem indisponibilidade do espaço.
“É muito triste que os nossos dirigentes não valorizem os esforços ou as iniciativas da juven tude. Não faz sentido um evento como este, que vem sendo preparado há meses, com uma dimensão internacional, de pé ‘pra mão, simplesmente deixa de acontecer por razões pouco esclarecedoras.
É triste!”, expressou o escritor. Entretanto, apesar dos constrangimentos, Nituecheni assegurou que a organização tudo está a fazer para que o evento aconteça com o maior êxito possível na nova data agendada, garantindo que a maioria dos escritores convidados, quer nacionais quanto internacionais, prometeu regressar para participar do evento tal como foi programado inicialmente.
Mais de 200 escritores inscritos
Sob lema “Uma África unida e sem guerra”, o evento prevê reunir cerca de 200 escritores provenientes dos 54 países do continente e de outros países como Brasil, Portugal, Reino Unido, entre outros, promovendo o intercâmbio cultural entre os diferentes artistas e, por outro lado, a cultura da paz e união entre os povos do continente berço.