Para além do diálogo intergeracional e de vários fóruns temáticos, a III edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz e Não-Violência – Bienal de Luanda, que decorre de hoje até à sexta-feira, 24, vai proporcionar o intercâmbio cultural e a possibilidade de os visitantes conhecerem a história e cultura de Angola
O porta-voz da Bienal, Neto Júnior, revelou, ontem, em Luanda, que no programa deste evento, que vai promover o diálogo intergeracional entre chefes de Estado africanos e jovens provenientes de vários países do continente, estão reservados momentos para a realização de visitas a monumentos histórico-culturais, em Luanda.
De acordo com o programa, está igualmente prevista a realização de actividades paralelas às de fórum político, como a primeira Conferência Nacional Ecuménica sobre o resgate de valores morais, cívicos e religiosos, a ser realizada pelo Conselho de Igrejas Cristãs de Angola (CICA), bem como o concerto musical da ResiliArte Angola.
Este concerto contará com a actuação de músicos cabo-verdianos, camaroneses e angolanos, uma iniciativa da UNESCO e do Governo angolano, promovido pela American School of Angola, que se dedicada à educação, arte e cultura.
Exposições artísticas e música
Nesta edição, o evento contará com diversas exposições de artes, actuações musicais, com destaque para a performance de um grupo musical de dança Sassatchokwê e de artistas de música gospel.
Segundo o programa, vão ser realizadas ainda outras atracções culturais e artísticas no desenrolar deste evento ao longo dos três dias, proporcionando ao público a possibilidade de “viajar” na diversidade cultural que caracterizam a nação angolana, em particular, e o continente africano, em geral.
“Com a realização da 3.ª edição da Bienal de Luanda espera-se atingir o aprofundamento da partilha de visões sobre a cultura da paz, segurança, cidadania africana, democracia no continente, com a edificação de sociedades mais pacíficas, transformando atitudes e abordagens nos domínios da política, economia e cultura para o fortalecimento dos pilares do progresso integral do continente africano”, disse Neto Júnior à imprensa.
Histórico da Bienal de Luanda
Realizada de dois em dois anos, na capital angolana, a Bienal de Luanda é uma importante plataforma de promoção de diálogo de paz, educação, diálogo intergeracional, pan-africanismo e da implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da agenda 2030 da ONU.
É também um evento que visa implementar as aspirações da agenda 2063 da União Africana, em particular a iniciativa de “silenciar as armas” até 2030, assim como a estratégia da UNESCO para a prioridade África 2022/2029.
O evento, transversal a todas as áreas da vida social, política, económica e cultural das nações africanas, reúne chefes de Estado e de Governo, representantes de organizações e instituições internacionais, comunidades artísticas e científicas, e sociedade civil em geral, concebido como um espaço de reflexão sobre os principais desafios de desenvolvimento sustentável do continente africano.
São ainda reflectidas questões ligadas à importância e valorização das artes na consciencialização sobre o valor da cultura da paz, ideias e boas práticas de governança, relacionadas com o progresso social e económico no continente.
A Bienal é uma co-organização do Governo de Angola, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e da União Africana (UA) e parceiros.
A Bienal foi instituída pela Decisão 558/XXIV, aprovada em 2015 na 24.ª Sessão da Assembleia de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, solicitando à Comissão da União Africana (AUC) que trabalhe para sua organização, em consulta com a UNESCO e o Governo da República de Angola.