Atraso de verbas compromete preparação dos grupos para o Carnaval da “Dipanda”

A edição especial do Carnaval comemorativo dos 50 anos da Independência Nacional arranca amanhã, sábado, na pista da Avenida da República, com sérias dificuldades de ordem organizativa por parte de alguns grupos carnavalescos, devido à falta de verbas para a sua preparação antecipada

Aflitos, os responsáveis dizem ver a sua prestação quase comprometida nesta edição, visto que em 72 horas que os separava do início do grande desfile competitivo, altura em que foram contactados pelo OPAÍS, não se conseguia fazer um trabalho em condições, sobretudo, quanto se trata de evento comemorativo de uma efeméride relacionada a histórica e importância que esta tem para todos os angolanos, como é a dos 50 Anos de Independência, em que deviam melhor se preparar.

Os dirigentes dizem mesmo que, muito ainda têm por fazer em termos preparativos, ou pelo menos melhorar, os aspectos ligados a alegoria, a indumentária e alguns adereços não detalhados.

Manuel Filho, vocalista e comandante do União Operário Kabocomeu, do município do Sambizanga, é um dos dirigentes por nós aborgado em relação a questão.

Preocupado com o atraso, o responsável disse não ter ainda concluído 50% do aparato ligado a preparação da sua formação carnavalesca, uma vez que ainda continuam dependentes dos valores a serem atribuídos pela Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL). “Temos ainda muitas dificuldades em termos de preparação.

Falta-nos muita coisa e todas elas muito importantes para que nos possamos apresentar e exibir da melhor forma, porque o Carnaval não se prepara em muito pouco tempo, e dentro de algumas vai iniciar o desfile da Classe Infantil”, lamentou o responsavel.

Opinião semelhante é de Teresa Francisco, presidente do União Twabixila, localizado no bairro Caope B, município de Viana, que apesar das dificuldades representará aquela circunscrição nesta Edição Especial do Entrudo, com dois grupos carnavalescos, um da Classe C, Infantil que, se exibirá amanhã na Marginal e o outro da Classe A, adultos, no Domingo.

A responsável realçou que a morosidade na distribuição de verbas para os grupos criou sérios embaraços na preparação da sua agremiação, que culminaram com a retenção de alguns trabalhos têxteis por parte de algumas costureiras escolhidas para o efeito, que se recusavam a aguardar por mais uns dias.

“Tivemos que enfrentar algumas situações menos boas com funileiros, costureiras e outros, no quadro da nossa preparação. Foi ou está a ser difícil, mas estamos a orientarmo-nos com o pouco que temos e como podemos”, disse.

Teresa Francisco sublinhou que, para inverter a situação do grémio, enquanto aguardavam pela solução das verbas a partir da APROCAL, a Administração Municipal de Viana decidiu solidarizar-se com a referida formação carnavalesca, apoiando a Classe A, com 500 mil e a Classe Infantil, com 350 mil Kwanzas.

Questionada quanto a informação, segundo a qual a APROCAL, disponibilizou 100% das verbas as agremiações, através das suas contas bancárias, Teresa, realçou que recebeu na instituição, mas, os valores ainda não estão disponíveis na conta do grémio. A dirigente salientou que, há 72 horas, vem consultando o saldo a que têm direito, mas sem sucesso.

“Temos estado a ir constantemente ao banco consultar a nossa conta, infelizmente, não encontramos nada. A APROCAL diz-nos que este atraso dos valores, deve-se ao facto de todas as agremiações não terem domiciliado as contas em bancos diferentes”, frisou

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