A abertura da Mostra vai ser marcada com uma conferência de imprensa, a ter lugar hoje, às 15h30, no Camões-Centro Cultural Português onde, além da apresentação do programa, os artistas vão manter conversa com outros profissionais, entre actores e directores de teatro.
A apresentação das performances nas áreas de dança, teatro, música, destes artistas provenientes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor – Leste, vai decorrer durante os quatro dias, a começar amanhã.
Num só dia serão realizadas quatro a cinco apresentações, que terão a duração de 15 minutos, com entradas gratuitas através de marcação. A angolana Renata Torres vai ser a primeira a apresentar-se neste palco, amanhã, às 19h00, com a peça “Di Banzelo”.
Através deste trabalho a actriz vai fazer uma referência aos seres espirituais, terrestes, baseado na peça “Mwene-Kongo: a mulher da meia-noite”. Para construir o texto e a narrativa dramática desta peça, contou a artista, foi necessário explorar outras linguagens, assim como aprofundar temas específicos em relação às divindades relacionadas à morte e ao luto.
“Di Banzelo, na verdade, é uma parte do espectáculo “MweneKongo”. É uma parte, ou são várias partes juntas, meio que um puzzle montado de pedaços da peça referida.
Di Banzelo é sobre pensamentos, é sobre memória. Então, eu busco um pouco também, dentro da peça, esses elementos que nos remetem a esse lugar de lembrança, de pensar”, frisou Renata Torres.
Motivada com a sua participação enquanto artista, de modo geral, disse estar expectante por poder apresentar histórias dentro das diferentes linguagens que usa, de que se apropria para poder apresentar o seu trabalho.
Para ela, a sua maior motivação é poder colocar o nome de Angola no mapa, em termos de produção artística, de qualidade, com o embasamento teórico forte, com viés de pesquisa. “Então, deixar a superficialidade de lado. Acho que a minha maior motivação é, exactamente, fazer entretenimento sem distração”, enfatizou.
O objectivo desta mostra é de possibilitar um espaço de apresentação das criações resultantes das residências artísticas, apoiar o desenvolvimento de um trabalho em diálogo com outros contextos de criação contemporânea, assim como incentivar o reconhecimento e a circulação internacional dos artistas participantes.
Outras apresentações
Ainda no primeiro dia de exibição, Hilário Manhiça, de Moçambique, às 19h30, vai apresentar o trabalho “Mbira recital in Luanda”, um instrumento tradicional moçambicano pertencente à família dos lamelofones, da categoria dos idiofones dedilhados.
Neste dia veremos ainda em palco Livigia Monteiro (Guiné-Bissau), às 20h00, com a peça “Somos nós e nós tudo”, enquanto Mano Preto (Cabo Verde), às 20h30, N’ha fado meu destino”, uma homenagem a duas divas da música mundial: a rainha do fado, a portuguesa Amália Rodrigues e a diva dos pés descalços a cabo-verdiana Cesária Évora, rainha da morna.
Nos dias que se seguem, Wilson da Silva (Guiné-Bissau), vai exibirse, com “N’ha ritmo i n’ha cultura”, Mai -Júli Machado (Moçambique), com “Sinais particulares”, Nuno Barreto (Cabo Verde), “Izulamento”, Rosy Timas (Cabo Verde), “Sacralidade”, Nilégio Cossa (Moçambique) Northern lights (Luzes do Norte).
Vão ainda estar neste palco Francisca Mirine (Moçambique), com “Wansate”, Djam Neguim (CaboVerde), com “Txabeta”, Betty Fernandes (Cabo Verde), “Medindo o medo”, Khristall África (Angola), “O câncer”. A primeira edição da Mostra de Artistas Residentes PROCULTURA, teve lugar em Mindelo, Cabo Verde, em Outubro de 2022, com a participação de 10 artistas.