O colectivo Weitinglist, constituído pelos artistas Mussunda Nzombo (angolano) e Manuela Grotz (alemã), apresenta amanhã a exposição intitulada “O Futuro na Lista de Espera”, a partir das 18 horas, no SIEXPO – Salão Internacional de Exposições do Museu Nacional de História Natural, em Luanda
Os artistas trazem pela primeira vez a Angola a arte digital regenerativa de inteligência artificial e realidade aumentada, e interactiva, junto à performance, ao happening, ao vídeo e à instalação, que vai estar patente até 10 de Novembro do corrente ano.
A produtora da exposição, Lurdes Estrela Tomé, explica que a abordagem visual das obras a serem apresentadas é um mundo imaginário, onde são figuras centrais os próprios autores que constituem uma visão crítica estabelecida a partir da inter-textualização entre conceitos simbólicos de elementos da natureza.
Refere-se à água, ao ar, à terra e ao fogo, indústrias da moda, política, ambiente, arquitetura e a própria sociedade, disse em entrevista ao jornal OPAÍS.
Sublinhou que o objectivo é levar o espectador a envolver-se, reflectir e debater sobre o impacto e as transformações que as actividades humanas podem causar ao futuro.
A mesma afirma que a água, enquanto símbolo de manutenção da vida ameaçada pelos vivos, é um elemento que precisa de ser preservado e racionalizado o seu uso, visto que, por força das acções humanas, vai se tornando um líquido cada vez mais escasso para milhares de pessoas espalhadas pelo mundo.
Já o fogo, explica, deve ser sempre levado em conta enquanto poder da energia e desafios do uso de combustíveis fósseis, assim como o ar na qualidade de componente constantemente impactado pela poluição industrial atmosférica e a terra enquanto solo de sustentabilidade alimentar e mobilidade populacional fronteiriças.
“Se repararmos, a vida no planeta depende do equilíbrio destes quatro elementos e esta exposição adverte sobre a necessidade de se preservar estes bens que são fundamentais para a existência de todas as espécies existentes no nosso planeta porque senão o futuro ficará comprometido”, enfatizou.
Sobre os artistas
Mussunda N´zombo nasceu a 25 de Março de 1973, em Luanda. É um artista com um repertório de intervenções na dança coreográfica, moda e cinema.
É formado em relações internacionais mas entra no mundo artístico a partir da dança coreográfica em meados dos anos 80, acompanhado pela moda.
Em 1990, emigra para Portugal e, posteriormente, para França, e depois de algum tempo acaba por fixar-se na Alemanha por cerca de 20 anos.
É também o criador da personagem o Mwata, criador de mediáticas e inusitadas performances, tendo como referências os artistas Samuel Fosso e Marina Abramovic.
Manuela Grotz
Artista visual alemã com diversos anos de trabalho, experiências e transformações estéticas, estimula-se na complexidade e diversidade do seu processo criativo, configurado pela fusão de estilos da arte moderna e digital.
A artista que já conta com uma vasta carreira de décadas, demostra nas suas obras o seu fascínio pela dinâmica dos estilos contemporâneos e milita nelas a discussão sobre o futuro da arte.